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  • Sugestões culturais

    Caderno Variedades da Revista Conhecimento & Cidadania N.º 16 Livro: Ramsés: Sob a Acácia do Ocidente (Vol. 5) Aos 50 anos, após ter conduzido o Egito a uma deslumbrante prosperidade, Ramsés poderia aspirar á serenidade da avançada idade. Mas o seu fabuloso destino não lhe permite ainda: tem de governar. Ramsés tenta, acima de tudo, preservar a paz duramente conquistada. Ramsés oferece à esposa real o mais fabuloso presente: manda erguer, em Abu-Simbel, dois templos como símbolo de seu amor eterno. Neste quinto e último volume - Ramsés, aos cinquenta anos de idade, aspira à serenidade da idade avançada. Porém, mais uma vez terá de ceder ao capricho Hitita: ao perder Nefertari e Iset a Bela, será obrigado a desposar a princesa Hitita para conservar a tão sonhada paz. Música: Música Clássica Relaxante Bach, Weber, Chopin, Tsjaikovski Clique na imagem e ouça Poema: Se Eu Pudesse Poema de Fernando Pessoa com narração de Mundo Dos Poemas Fernando António Nogueira Pessoa (1888 — 1935) foi um poeta, filósofo, dramaturgo, ensaísta, tradutor, publicitário, astrólogo, inventor, empresário, correspondente comercial, crítico literário e comentarista político português. Um dos maiores génios poéticos de toda a nossa Literatura e um dos poucos escritores portugueses mundialmente conhecidos. A sua poesia acabou por ser decisiva na evolução de toda a produção poética portuguesa do século XX. Se nele é ainda notória a herança simbolista, Pessoa foi mais longe, não só quanto à criação (e invenção) de novas tentativas artísticas e literárias, mas também no que respeita ao esforço de teorização e de crítica literária. É um poeta universal, na medida em que nos foi dando, mesmo com contradições, uma visão simultaneamente múltipla e unitária da Vida. É precisamente nesta tentativa de olhar o mundo duma forma múltipla (com um forte substrato de filosofia racionalista e mesmo de influência oriental) que reside uma explicação plausível para ter criado os célebres heterónimos – Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, sem contarmos ainda com o semi-heterónimo Bernardo Soares.

  • Princípios gerais do Direito Penal

    Caderno Direito nas Escolas na Revista Conhecimento & Cidadania Clique na imagem e assista a aula Princípio da Legalidade (art. 5º, II, da CRFB) É uma das bases de um Estado de Direito – um Estado regido por leis. Segundo esse princípio, as pessoas podem fazer tudo aquilo que a lei não as impede e o Estado pode fazer apenas aquilo que a lei o permite. O princípio da legalidade é aplicado aos indivíduos e ao Estado de maneira diferente. Quando se trata das pessoas, elas são livres para agir como quiserem, desde que não desrespeitem nenhuma lei. O Estado, por outro lado, não tem a mesma liberdade que os indivíduos, pois somente poderá agir dentro do que é lhe permitido pela lei. Fonte:https://www.politize.com.br/artigo-5/principio-da-legalidade/ Princípio da reserva legal (art. 5º, XXXIX, da CRFB e art. 1º, do Código Penal) Uma das exigências trazidas pelo Princípio da Reserva Legal, é de que o agente somente poderá ser processado, se sua conduta for previamente tipificada (com clareza e precisão) como crime. O “Princípio da Reserva Legal”, também denominado “Estrita Legalidade”, é, antes de mais nada uma cláusula pétrea, uma vez que encontra-se disposto no artigo 5º, XXXIX de nossa Carta Magna, ou seja, trata-se de um Direito, e principalmente uma Garantia Fundamental, sendo portanto, inadmissível sua violação, supressão, ou desrespeito à sua prevalência em relação às normas infraconstitucionais. Fonte:https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/8600/Principio-da-reserva-legal-o-legitimador-da-atuacao-do-Estado-na-persecucao-penal Princípio da irretroatividade (art. 5º, XL, da CRFB) A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu, impondo-se, assim, a irretroatividade da lei penal, salvo quando a lei nova seja benéfica ao acusado. Fonte: https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/8062/Da-lei-penal-no-tempo Presunção de inocência (art. 5º, LVII, da CRFB) A presunção de inocência está disposta no artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal e é compreendida como uma garantia constitucional de que o réu da ação só será considerado “culpado após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória”. Trata-se de um mecanismo de extrema importância no Direito Processual, o qual preceitua que só deverá ser realmente considerado culpado o acusado que teve provada sua culpa em sentença irrecorrível (ou seja, contra a qual não existam mais recursos). Fonte: https://www.politize.com.br/presuncao-de-inocencia-o-que-e/ Princípios do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LV, da CRFB) Contraditório O contraditório se refere ao direito que o interessado possui de tomar conhecimento das alegações da parte contrária e contra eles poder se contrapor, podendo, assim, influenciar no convencimento do julgador. Ampla defesa A ampla defesa confere ao cidadão o direito de alega, podendo se valer de todos os meios e recursos juridicamente válidos, vedando, por conseguinte, o cerceamento do direito de defesa. Fonte: https://jus.com.br/artigos/56088/principio-da-contraditorio-e-da-ampla-defesa Responsabilidade pessoal (art. 5º, XLV, da CRFB) A responsabilidade penal não pode ser imputada a outra pessoa que não seja o próprio condenado criminalmente. Mas, porém, a reparação deste dano pode ser transferida a outra pessoa, não englobando com uma penalidade e sim como responsabilidade civil. Fonte: https://jus.com.br/artigos/61921/art-5-da-cf-88-inciso-xlv Individualização da pena (art. 5º, XLVI, da CRFB) A individualização da pena consiste em aplicar o direito a cada caso concreto, levando-se em conta suas particularidades, o grau de lesividade do bem jurídico penal tutelado, bem como os pormenores da personalidade do agente. Fonte: https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/427/edicao-1/individualizacao-da-pena

  • Os pioneiros da região da Praça Seca

    As ruas da região e quem foi homenageado Rua Barão em 1930 No início do século XX, O Morro Inácio Dias tinha bonito visual, com densa floresta e muitas nascentes. Lá embaixo, no Vale do Marangá, os pioneiros da região possuíam vida bem diferente dos dias de hoje. O cavalo era o auxiliar mais importante do homem. Tudo era feito com ele, inclusive passeios. As mercadorias eram entregues a cavalo: correios, leiteiros, quitandeiros, tripeiros e vassoureiros. Muitas pessoas que hoje são nomes de ruas viveram e confraternizaram-se entre si na região da Praça Seca nessa época. Eles viram surgir o loteamento do vale e, ainda vivos, a homenagem de Ter os nomes vinculados às ruas, devido ao pioneirismo. A casa onde morou Cândido Benício da Silva Moreira ainda existe. Atualmente, funciona o Educandário Nossa Senhora da Vitória, na Rua Cândido Benício número 2.610, em frente ao IPASE. Quando o Cândido Benício construiu aquela casa, em 1885, o logradouro ainda se chamava Estrada de Jacarepaguá. Na década seguinte, por iniciativa do Barão da Taquara, a rua recebeu o nome atual, em virtude dos serviços prestados ao povo de Jacarepaguá pelo jovem médico e político Cândido Benício da Silva Moreira. Ele nasceu em Niterói. No dia 9 de novembro de 1864. Concluiu, com brilhantismo, o curso de humanidades do Colégio Dom Pedro II e se formou pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1885. A tese de doutorado foi apresentada no dia 5 de setembro de 1885: “Estudo Crítico das Operações Reclamadas pelas Coartações Uretrais”. Essa tese foi publicada pela Tipografia Carioca e existe um exemplar na Biblioteca Nacional. Foi interno no Hospital da Misericórdia da Corte, e, depois de passar em diversos hospitais, exerceu os cargos de delegado da Inspetoria Geral de Higiene e delegado de higiene de Jacarepaguá. No dia 30 de outubro de 1892, Cândido Benício recebeu nas urnas verdadeira consagração popular, sendo eleito para o primeiro Conselho Municipal do Distrito Federal. Tomou posse no dia 2 de dezembro de 1892, em sessão de gala do conselho, presidido por Cândido Barata Ribeiro. Depois disso, ainda vivo, sentiu a gratidão popular ao ser dado seu nome à rua onde morava. Cândido Benício faleceu bem jovem aos 33 anos de idade, no dia 19 de dezembro de 1897. O féretro saiu da sua residência na Rua Cândido Benício para o Cemitério do Pechincha, com a presença, entre outras personalidades, do Barão e Baronesa da Taquara. Cândido Benício era casado com Dona Ana (Nicota), descendente da família Rangel de Vasconcelos, de muita tradição em Irajá. O pai de Dona Ana foi D"Antas Rangel de Vasconcelos, antigo intendente (vereador) do Distrito Federal. O seu avô foi o Coronel Rangel de Vasconcelos. A Avenida Ernâni de Cardoso antes se chamava Coronel Rangel em sua homenagem. O irmão de Dona Ana, Carlos D"Antas de Vasconcelos, inclusive, batizou o seu filho com o nome do cunhado: Cândido Benício Rangel de Vasconcelos, que foi promotor da justiça militar. Carlos tinha mais duas filhas: Clarinda e Carlinda. Emília Joana, nascida na Fazenda da Taquara, no dia 6 de outubro de 1861, foi a primeira filha de Francisco Pinto da Fonseca Teles, que, mais tarde receberia o título de Barão da Taquara. Sua mãe, Joana Maria da Penna, faleceu muito jovem. Quando Emília Joana se casou com o português Albano Raimundo da Fonseca Marques, foi morar no antigo Engenho de Fora, propriedade do pai, o Barão da Taquara. O Albano, no mesmo lugar da antiga sede do engenho, edificou a Vila Albano em 1894, bem mais moderna do que a construção anterior. O Albano nasceu em Portugal no dia 29 de agosto de 1852, veio para o Brasil com apenas 13 anos de idade e faleceu, na Vila Albano, em 18 de agosto de 1903. O casal teve seis filhos, todos nascidos na região da Praça Seca: Francisco (o Chiquinho), Maria Emília (a Mocinha), Albano (o Juca), José (o Zezé), Leocádia (a Cidinha) e Antônio (o Toninho). Como os filhos, Emília Joana também tinha apelido: Miloca. O primogênito Francisco Pinto da Fonseca Marques nasceu quando Emília Joana tinha 19 anos de idade, em 1880. O Chiquinho casou-se com Joana França. Dessa união nasceram três filhos: Albano Raimundo, Maria Cristina e Marina (esposa do Ministro Álvaro Dias), todo foram morar na Zona Sul do Rio de Janeiro. Francisco Pinto faleceu aos 42 anos de idade em 17 de novembro de 1922. A Maria Emília (a Mocinha) casou-se com o tio, Francisco Pinto da Fonseca Teles, filho do Barão e a Baronesa. O casal teve apenas um filho: Francisco da Taquara da Fonseca Teles. O Zezé, outro filho de Dona Emília, casou-se com a irmã do Washington Bueno, Dona Consuelo Bueno da Fonseca Marques, que tiveram um filho: Paulo Bueno. O Antônio (o Toninho) também deixou uma neta para a Dona Emília: Marília Geanini da Fonseca. Juca e Candinha permaneceram solteiros. A Candinha, inclusive, morou com a mãe até ela falecer. Em 1918, com a morte do Barão da Taquara, Emília (já viúva) herdou parte da antiga Fazenda do Engenho de Fora. As terras foram vendidas aos poucos. Quando Dona Emília Joana morreu no bairro do Flamengo no dia 18 de março de 1949, aos 87 anos de idade, não possuía mais nada na Praça Seca. As propriedade do Mato Alto, incluindo a Vila Albano, foram vendidas no final da década de 1930, por intermédio do seu filho Zezé, ao jornalista da extinta A Noite, Geraldo Rocha. Este, em dezembro de 1943, revendeu a grande área para o IPASE. Somente a partir de 1956, no Governo de Juscelino Kubitschek, começou a construção do atual conjunto habitacional. Em 1958, chegaram os primeiros moradores. Em 1962, houve grande invasão, quando muitas famílias ocuparam os apartamentos vazios. Em 1978, o IPASE passou a pertencer ao INPS (atual INSS). Assim, todas as terras do Mato Alto fazem parte do patrimônio do IAPAS, mas o conjunto não deixou de ser conhecido como IPASE do Mato Alto. Em abril de 1944, meses após o IPASE comprar a área, o Instituto convidou José Floriano de Souza Portas para morar na Vila Albano, a fim de tomar conta das terras. Atualmente, sua viúva, a octagenária Dulce de Abreu Porta, ainda mora lá com os filhos e mais cinco família de funcionários do IAPAS. Dona Dulce é filha de Celestino Fortunato de Abreu, antigo comerciante da região da Praça Seca, no início do século XX. O Celestino possuía um armazém na esquina das ruas Dr. Bernardino e Japurá. Em 1924, ele vendeu o prédio, quando passou a ser a carvoaria, que existe até os dias de hoje. Dona Maria Luiza da Fonseca Menezes, irmã de Dona Emília, portanto, filha do Barão da Taquara com Joana Maria da Penna, era casada com Jerônimo Alpoim da Silva Menezes, o Capitão Menezes. O Barão da Taquara deixou para o casal a outra parte do Engenho de Fora, da atual Rua Capitão Menezes até a Rua Comendador Pinto, e a antiga Fazenda do Macaco, inclusive, o Morro Santa Rosa (localizado no final do Beco Mário Pereira). O Capitão Menezes nasceu em Portugal e faleceu aos 72 anos de idade em 1923. A Dona Maria Luiza nasceu na Fazenda da Taquara em 1865 e faleceu no dia 22 de fevereiro de 1935. Ambos, morreram numa casa que ainda existe na Rua Cândido Benício número 650, que eles construíram na década de 1910, após o grande loteamento das terras. Até a morte de Dona Maria Luiza, ao redor desse prédio, havia grande área arborizada, que ia até a esquina da Rua Pinto Teles. O imóvel era conhecido como sítio do Capitão Menezes. O Capitão Menezes e Dona Maria Luiza tiveram três filhos: Jerônimo, Bernardino e Joana. Jerônimo era pianista e compositor. Ele faleceu muito jovem, na gripe espanhola em 1918. Bernardino vendeu muitas das terras, após a morte do pai em 1923. Ele casou-se com Arinda Sarres e teve um único filho: Sérgio da Fonseca Menezes. Bernardino faleceu em 26 de março de 1952. Sua esposa e filho morreram recentemente. A filha do Capitão Menezes chamava-se Joana, mas era conhecida pelo nome de Jane. Foi uma das moças mais bonita de Jacarepaguá nas primeiras décadas do século XX. A Jane casou-se com o delegado de polícia Washington Bueno. O casal teve três filhos: Luciano, Osmani e Maurício. O Washington Bueno faleceu em 17 de maio de 1939. Anos depois, a Joana (ou Jane, como gostava de ser chamada), voltou a se casar com Carlos Afonso Botelho Filho, com o qual não teve filhos. A Jane faleceu em 3 de junho de 1949. Os seus três filhos morreram recentemente. Dois deles têm descendentes na região da Praça Seca. A esposa do Osmani, Dona Mercedes Surrage Bueno, reside na Rua Japurá, com as filhas Jane e Ângela Maria. Essas filhas do Osmani vem a ser trinetas do Barão da Taquara e bisnetas do Capitão Menezes e Dona Maria Luiza. No IPASE do Mato Alto, moram Dona Geralda, esposa do Luciano; e os filho Roberto, Sérgio e Sônia Regina, que também são trinetos do Barão da Taquara e bisnetos do Capitão Menezes e Dona Maria Luiza. O Maurício, quando solteiro, morou com a avó na Rua Cândido Benício, mas, depois de casado, residiu sempre na Baixada Fluminense. Com a esposa Carmem, que é irmã de Dona Geralda, teve cinco filhos. O terceiro filho do Barão da Taquara com Joana Maria da Penna foi Jerônimo Pinto da Fonseca, que nasceu em 1873 e faleceu em 14 de abril de 1930. O Barão deixou para ele a parte das terras do Engenho de Fora situada no Tanque, inclusive o Morro da Reunião. O Jerônimo Pinto foi um dos primeiros administradores do Cemitério do Pechincha. Casou-se com Elvira Barbosa da Fonseca, com a qual teve oito filhos: Francisco, Fausto, Nélson, Lauro, Maria José, Olímpio, Dulce e Sílvia. Um dos primeiros desmembramentos do Engenho de Fora se deu na Estrada de Jacarepaguá, perto do Largo do Campinho. Nos dias de hoje, pode-se identificar essas terras pelas seguintes dimensões: ao fundo, o morro; na frente, a Rua Cândido Benício: e nas laterais, as ruas Francisco Gifoni e Comendador Pinto. O foreiro dessa propriedade foi mo agricultor Lodovico Teles Barbosa, plantador de café daquela área. O Ludovico foi bisavô do Geremário Dantas, famoso morador daquelas paragens, desde a infância no final do século XIX até as primeiras décadas do século XX, quando se tornou político bastante conhecido. O terreno do atual Externato Geremário Dantas, inclusive, foi doado, após sua morte, para as irmãs da Sociedade das Filhas de Nossa Senhora do Sagrado construir esse estabelecimento de ensino. Antônio Geremário Teles Dantas nasceu no dia 24 de setembro de 1889, na Fazenda do Valqueire, que era cultivada pelo seu avô materno, Francisco Teles (o Chico Teles). A Fazenda do Valqueire ficava na Estrada Real de Santa Cruz (hoje Intendente Magalhães). Em 1927, os proprietários da fazenda (a propriedade era alugada ao Chico Teles) realizaram o loteamento da área, com ruas largas e nomes de flores, que continuou com a designação de Valqueire. Na época do nascimento do Geremário Dantas, seus pais já residiam na Rua Cândido Benício, mas a mãe (Dona Francina Teles de Morais Barbosa) foi para a fazenda ao aproximara a hora do parto. O pai do Geremário, Francisco Dantas de Morais Barbosa, foi professor em Jacarepaguá. O casal teve outro filho: Francisco Prisco Dantas, que faleceu em 1955. O Francisco Prisco morou numa casa, por ele construída em 1919, ao lado do atual Externato Geremário Dantas, mas que na época era uma casa vizinha da residência dos pais. Esse imóvel, que até a década de 1980 ,tinha uma oficina de automóveis nos fundos do terreno, foi vendido pelos descendente de Francisco Prisco em 1985, e derrubado no mesmo ano. No segundo casamento do seu pai, com Anália Paranhos, o Geremário teve mais quatro irmãos: Anália, Moacir, Zenaide e Francisco. Todos habitaram, com Geremário e o pai, a casa da Rua Cândido Benício. O Geremário foi advogado, jornalista e escritor. Escreveu muito livros sobre café e política. Foi intendente (vereador) municipal e secretário de fazenda do antigo Distrito Federal (Rio), nos governos dos prefeitos Alaor Prata e Antônio Prado Júnior. Em 9 de julho de 1925, casou-se com Maria da Glória de Sá Freire Dantas, filha do político Milcíades Mário de Sá Freire (prefeito no Governo de Epitácio Pessoa de 1919 a 1920).Depois de casado, Geremário Dantas foi morar na Rua José Higino, na Tijuca, bairro em que residiam os pais da esposa. O casal só teve um filho: Francisco Geremário de Sá Freire Dantas. O Geremário morreu em Petrópolis em 20 de fevereiro de 1935, vítima de leucemia. No dia seguinte, foi sepultado no Cemitério do Pechincha. Um ano depois, em 1936, a antiga Estrada da Freguesia passou a ser chamada de Avenida Geremário Dantas. Sua esposa, Maria da Glória, faleceu em 1975 aos 82 anos de idade, e ocupa o mausoléu ao lado do marido, no Pechincha. Outro político que habitou o Vale do Marangá nas virada do século XIX para o XX foi o senador Lauro Severiano Müller. Nascido em Florianópolis e diversas vezes governador de Santa Catarina, ele possuía duas moradias no Rio de Janeiro (a capital federal), pois, além de senador, foi Ministro da Viação no Governo do Presidente Rodrigues Alves de 1902 a 1906. Uma residência era nas Laranjeiras. A outra na atual Rua Florianópolis, onde hoje é a Beneficência Portuguesa. O logradouro, que se chamava Emília, passou a ser Florianópolis, após a morte de Lauro Müller em 1926, numa homenagem à cidade em que nasceu. A Rua Emília só não recebeu seu nome, pois já existia na região a Rua Lauro Müller (atual Rua Dias Vieira), onde ele possuía um sítio. A propriedade do senador Lauro Müller na Rua Emília somava cerca de 150 mil metros quadrados, na qual o ministro construiu, no final do século XIX, uma casa assobradada com cinco janelas de frente, onde se avistava todo o Vale do Marangá (hoje em dia, nesse prédio funciona a secretaria e administração dos sanatórios da Beneficência). Lá o senador catarinense viveu com a família, nas duas primeiras décadas do século XX. Ele era casado com Dona Luiza Andrade Müller e tinha três filhos: Lito, Laurita e Antônio Pedro. Além desses, existia um filho de criação, Galdino José da Silva, que herdou fração das terras do lado da Rua Albano. A maior parte das terras (127 metros quadrados) Lauro Müller vendeu em 27 de outubro de 1923, para a Beneficência Portuguesa. A entidade manteve o casarão e edificou, em diversas épocas, os atuais anexos. Quatro desses pavilhões(um misto, dois femininos e um masculino) formam o sanatório de geriatria. Os outros dois (um masculino e outro feminino) são do sanatório de psiquiatria. Ao fazer esses seis blocos, a Beneficência acompanhou a arquitetura do prédio antigo. O sanatório de geriatria foi inaugurado em 1980, ocupando o lugar do sanatório de tuberculose, que a Beneficência transferiu para outro bairro. O sítio do Lauro Müller na atual Rua Dias Vieira foi comparado em 1903 em área desmembrada do Engenho de Fora e pode ser reconhecido nos dias de hoje por dois retângulos. Um formado pelas atuais ruas Dias Vieira, Espírito Santo e Carlos Gros, tendo ao fundo o morro. O outro, pelas ruas Dias Vieira, Espírito Santo, Capitão Menezes e Maricá. Lauro Müller vendeu essas terras em 1923 à Companhia Proprietária Brasileira, que as revendeu em loteamento. Esquina da Rua Cândido Benício com a Praça Barão da Taquara, primeira metade do século XX Outro ilustre habitante do Vale, no início do século XX, foi o Capitão Francisco da Silveira Machado, que possuía um sítio na Rua Cândido Benício, com 58 mil metros quadrados. O Capitão Machado era sobrinho do General Pinheiro Machado, o maior político brasileiro dos primordios da República. Pinheiro Machado visitava muito as terras do sobrinho na Praça Seca, onde passeava quase sempre montando o cavalo Pachá. O general teve morte trágica em 1915: apunhalado pelas costas por Mauro Paiva, no saguão do Hotel dos Estrangeiros. O Capitão Machado, gaúcho como o tio, nasceu em 1864. Estabeleceu-se em Jacarepaguá em 1900, na Estrada do Pau Ferro, no Pechincha. Depois, em 1902, veio para a Rua Cândido Benício, onde expandiu o trabalho de criador e negociante de animais (burros e cavalos). Vendia os cavalos ao exército e os burros, à prefeitura. Dos cavalos fora de venda, para seu uso, o mais famoso foi mo Pachá, que ganhou o 1º Prêmio da Exposição Internacional de 1908, realizada na Praia Vermelha. O treinador do Pachá era o João Felizardo Alves, o João Paradela. O Pachá morreu em 1921 e foi enterrado na própria fazendinha do capitão. As terras do Capitão Machado ficavam situadas desde o atual Supermercado Leão, na esquina da Rua Capitão Menezes com Rua Cândido Benício até junto às lojas do Osório, na esquina da Rua Dr. Bernardino. Os fundos davam para a Rua Pedro Teles. As áreas hoje ocupadas pelo Jacarepaguá Tênis Clube e diversas casas da Rua Capitão Menezes também faziam parte da fazendinha. O Capitão Machado faleceu aos 67 anos de idade no dia 17 de março de 1931. Sua família continuou com as propriedades até 1938, quando começaram os fracionamentos. A área da Rua Capitão Menezes e Beco Mário Pereira (inclusive, onde é hoje o Jacarepaguá Tênis Clube) foi loteada pela Companhia Territorial Riachuelo. Os desmembramentos que deram origem à Rua Guaporanga foram feitos pelo antigo Banco Oliveira Roxo. A outra grande área, onde ficava a casa-sede da fazendinha, foi vendida a Marcelino Martins Filho, exportador de café. Em 1953, o Marcelino loteou essas terras, surgindo as ruas Dr. Jacundino Barreto e General Vóssio Brígido. A primeira residência desse loteamento foi a do Comandante Francisco Frota, na Rua Dr. Jacundino Barreto, que ficou pronta em 1956. Baltazar, um dos filhos do Capitão Machado, até a pouco tempo morava no que restou das terras do pai, em uma casa antiga no meio de grande terreno, em frente ao Jacarepaguá Tênis Clube. Na década de 1970, ele vendeu esse imóvel, onde foi construído enorme edifício na Rua Cândido Benício número 1.201, inaugurado em 1979. O Baltazar atualmente mora na Zona Sul. O Salvador Machado (o Machadinho), que foi comissário de polícia muito conhecido no bairro, é o único filho do Capitão Machado que ainda reside na região, na Rua Capitão Menezes. Outros filhos: Francisco, que mora no Engenho de dentro; Andreia e Idalea. O principal responsável pela descaracterização rural da Praça Seca foi sem dúvida o Gastão Taveira. A partir dos primeiros anos do século XX, com suas edificações, inaugurou a era urbana da praça. Dono de grande área, em dois lados da Rua Cândido Benício, do Morro Santa Rosa até a Rua Pedro Teles, ele mandou construir dezenas de imóveis para alugar, alguns ainda existentes. Em 1910, construiu série de casas na Rua Cândido Benício, da esquina da Rua Dr. Bernardino até o atual Edifício Charlie Chaplin; e na Rua Dr. Bernardino até a esquina da Rua Pedro Teles, inclusive, as três vilas que batizou com nomes das filhas mais velhas: Astrogilda, Mafalda e Zuleika. Em frente ao atual Edifício Charlie Chaplin, ergueu famoso sobrado em 1911. Bem antes, porém, em 1901, o Gastão edificou sua residência ao lado do futuro sobrado. O terreno onde mais tarde surgiria o Esporte Clube Parames também fazia parte das suas terras. O Gastão Taveira nasceu em Portugal em 1877. Aos oito anos de idade, acompanhou seus pais (Joaquim e Leopoldina Taveira) na imigração para o Rio de Janeiro. Anos depois, começou a trabalhar num quiosque na Praça Mauá. Alguns fregueses eram negociantes de café. O contato com eles fez com que aprendesse as artimanhas do ramo. Tornou-se excelente exportador de café e ficou rico ao comprar todo o estoque do café brasileiro e revender para os Estados Unidos. Foi nesse período que adquiriu as terras da Praça Seca e as edificou. O Gastão Taveira casou-se com Dona Julieta da Cunha Bastos Taveira, filha do Dr. Bernardino Marques da Cunha Bastos, autor do projeto das ruas da Praça Seca. O Dr. Bernardino também era negociante de café e proprietário de terras na região da Praça Seca. Morava com o genro na Rua Cândido Benício. O Gastão, além da filhas Astrogilda, Mafalda e Zuleika, teve mais dois filhos, que nasceram após a construção das vilas da Rua Dr. Bernardino: Dulce e Bernardino. Vítima de broncopneumonia, Gastão Taveira faleceu aos 41 anos de idade em 1918. Mais tarde, por causa da inexperiência da família, seus descendentes perderam os imóveis para Ernest Simon, que vendeu tudo para o Banco Francês. Em 1924, o Victor Parames Domingues comprou do Banco Francês todas as propriedades do Gastão Taveira na Praça Seca. O Victor Parames Domingues nasceu na Espanha em 1872. Com apenas 13 anos de idade, veio para o Brasil trabalhar num botequim. Mais tarde, um tio lhe deixou como herança um armazém em São Cristóvão. A partir daí, iniciou fortuna. Em 1924, comprou os imóveis da Praça Seca e os alugou como fazia o Gastão Taveira. O Parames casou-se com Dona Emília e teve cinco filhos: Leotilde, Victor, Isaura, Laurinda e Afonso. A Isaura, que casou com o político e médico Gabriel Capristrano Júnior, foi a única da família que morou nas terras do pai, no antigo sítio do Gastão Taveira, na Rua Cândido Benício. Na década de 1960, nesse sítio, foram realizadas inúmeras festas da Fundação da Beneficência Espanhola. O Victor Parames Domingues faleceu aos 67 anos de idade em 1939. A partir desse ano, o seu filho Victor Parames Fortes passou a administrar os imóveis até 23 de maio de 1985, quando também faleceu. O Victor Parames Fortes, em 1956, derrubou parte do sobrado e levantou o edifício, onde atualmente, entre outras lojas, existem a Drogas Mil e os laboratórios de análise. Os apartamentos foram vendidos, e as lojas alugadas. Depois, no início da década de 1960, demoliu o que restou do sobrado, a fim de construir o prolongamento do edifício, mas houve problema com a imobiliária e a obra nem sequer começaria. Somente em 1977 é que o BANERJ abriu sua agência nesse local e paga aluguel à família do Parames. Também na década de 1970, o Victor Parames Fortes vendeu algumas terras da Rua Pedro Teles, inclusive o terreno onde ficava o Esporte Clube Parames; e a grande área da Cândido Benício, onde morou a irmã Isaura com o Dr. Capistrano Júnior. As casas da Rua Dr. Bernardino (as que imitam tijolinhos) ele reformou e retornou a alugar. Além desses imóveis, continuam pertencendo à família: os prédios comerciais da esquina das ruas Dr. Bernardino e Pedro Teles, inclusive a biblioteca; as casas velhas da Rua Cândido Benício, a partir do curso de idiomas até quase esquina da Rua Dr. Bernardino; e as lojas comerciais do prédio em frente ao Edifício Charlie Chaplin, inclusive o BANERJ. No lugar do Edifício Charlie Chaplin existiu grande área que ia até a Rua Pedro Teles, cujo proprietário, no início do século XX, foi José Luciano Carneiro, também dono do terreno da esquina da praça, onde em 1908 construiu os prédios da padaria Marangá (hoje restaurante Bola Branca), Café Recreio da Praça e da atual farmácia Droga Musa. Na área do futuro Edifício Charlie Chaplin, o José Carneiro ergueu um casarão. Ele locou todos esses imóveis, pois continuou residindo em Cascadura, na Rua da Pedreira. Falecendo em 1929, deixou as propriedades para os filhos: Luciano Carneiro (muito conhecido como Carneirinho) e Maria José Carneiro, que prosseguiram no regime de locação. Entre outros, foram inquilinos no casarão da Cândido Benício: Dr. Manuel de Morais, o Gerard Rocha Duarte (Azinho) e o Cândido Camacho (cabo eleitoral de prestígio na região). Em 1936, Dona Maria José Carneiro casou-se com Frederico Garcez e foi morar no Méier. Em 1945, o casal veio para o casarão da praça, mas não ocupou o terreno dos fundos, que estava arredado pelo português João José. Este transformou a área locada em fértil chácara, com frente para a Rua Pedro Teles (atualmente, no local, existe a vila seiscentos). O chacareiro João José era casado com Dona Nazareth. Os filhos (Augusto, Toninho, Davi e Esmeralda) freqüentavam a praça e eram conhecidos na região. O Garcez, já no final da década de 1950, entrou na justiça com ordem de despejo para o João José. Porém, este ganhou na primeira instância. Na noite desse dia, o João José festejou e espocou foguetes em direção ao telhado do Garcez. Depois, entretanto, a própria justiça deu ganho de causa ao Garcez, e português abandonou as terras. Em 1960, a antiga chácara foi loteada, e começou a surgir a vila número 600 da Rua Pedro Teles. Em 1968, o casarão da Rua Cândido Benício foi demolido. No local, inaugurou-se, em 1973, um posto de gasolina da Petrobrás, que durou até 1979, quando foram iniciadas as obras do Edifício Charlie Chaplin. Após a demolição do casarão o Garcez com a esposa Maria José, foi morar na Rua Marangá e, depois, mudou-se para Copacabana. Os descendentes do casal são donos da maioria das lojas do Edifício Charlie Chaplin, em virtude da permuta do terreno com a construtora. Também continuam proprietários das três lojas do outro lado da rua: Bola Branca, Café Recreio da Praça e Droga Musa. O chacareiro João José era casado com Dona Nazareth. Os filhos (Augusto, Toninho, Davi e Esmeralda) freqüentavam a praça e eram conhecidos na região. O Garcez, já no final da década de 1950, entrou na justiça com ordem de despejo para o João José. Porém, este ganhou na primeira instância. Na noite desse dia, o João José festejou e espocou foguetes em direção ao telhado do Garcez. Depois, entretanto, a própria justiça deu ganho de causa ao Garcez, e português abandonou as terras. Em 1960, a antiga chácara foi loteada, e começou a surgir a vila número 600 da Rua Pedro Teles. Em 1968, o casarão da Rua Cândido Benício foi demolido. No local, inaugurou-se, em 1973, um posto de gasolina da Petrobrás, que durou até 1979, quando foram iniciadas as obras do Edifício Charlie Chaplin. Após a demolição do casarão o Garcez com a esposa Maria José, foi morar na Rua Marangá e, depois, mudou-se para Copacabana. Os descendentes do casal são donos da maioria das lojas do Edifício Charlie Chaplin, em virtude da permuta do terreno com a construtora. Também continuam proprietários das três lojas do outro lado da rua: Bola Branca, Café Recrei9o da Praça e Droga Musa. Na mesma Rua Pedro Teles, também na década de 1910, Francisco Moreira Felgueiras construiu, na esquina com a Rua Dr. Bernardino, uma pitoresca residência, muito conhecida através dos tempos como pavilhão ou castelinho. Na década de 1930, alugava o pavilhão. Foi nessa época que morou ali o Francisco Sales, pioneiro na profissão de repórter-fotográfico e chefe de reportagem do jornal integralista "A Ofensiva", dirigido por Plínio Salgado. O Francisco Sales era irmão de Liberalina Sales da Silva, casada com o poeta Aníbal Teófilo. Foi o Francisco que criou a filha do casal (Elisa), após a morte de Aníbal Teófilo, assassinado pelo escritor Gilberto Amado, no salão nobre do Jornal do Comércio. A Elisa, mesmo depois de casa, continuou com o tio no castelinho da Rua Pedro Teles. Seus filhos (Aníbal, Alcindo, Arnaldo, Armando, Alcélio e Alberto) foram criados no enorme terreno do imóvel, que media 12 mil metros quadrados e possuía até um campo de futebol. Em 1936, caiu um raio na torre do prédio, destruindo-o parcialmente e provocando revoada de andorinhas, que faziam ninho no sótão. No início da década de 1940, o Felgueiras vendeu o imóvel para Adriano Batista de Carvalho. Durante a mesma década morou ali o Amílcar, irmão de Adriano. Os dois eram da Bahia e hospedaram no pavilhão o ator baiano Zé Trindade, quando este veio para o Rio de Janeiro. O Adriano loteou o terreno em 1949, quando o pavilhão foi derrubado e surgiram as duas vilas e diversos prédios. A Rua Cândido Benício, que divide a praça ao meio, atravessa todo o Vale do Marangá, fazendo esquina com outras vinte ruas. Muitos homenageados desses logradouros, como o próprio médico Cândido Benício, residiram na região. Outros, talvez até nunca tenham passado por aqui. Vejamos quem foram as pessoas que emprestaram seus nomes para as ruas que cortam a Cândido Benício, do Campinho até o Tanque. Rua Francisco Gifoni – farmacêutico famoso, que faleceu em 1934 aos 68 anos de idade. Pioneiro a introduzir no Brasil os extratos fluídos, que só existiam na Europa. Em 1935, o trecho inicial da Rua Teles recebeu seu nome. Rua Comendador Pinto – Comendador Francisco Pinto da Fonseca, pai do Barão da Taquara. Rua Ana Teles – Ana Teles Rudge, filha do Barão da Taquara. Rua Pinto Teles – médico Francisco Pinto da Fonseca Teles, filho do Barão da Taquara. Rua Dias Vieira – João Pedro Dias Vieira, falecido em 1870. Foi Ministro da Marinha durante a Guerra do Paraguai. A rua recebeu seu nome em 1993. Antes, era Rua Lauro Müller. Rua Capitão Menezes – Capitão Jerônimo Alpoim Menezes, casado com Dona Maria Luiza, filha do Barão da Taquara. Beco Mário Pereira – Um grande erro. Esse logradouro foi em homenagem à parteira Maria Pereira, que morou ali no século XIX e primeiras décadas do século XX. Maria Pereira fez trabalho de parto em quase todas as pessoas nascidas naquele período na região da Praça Seca. Não se sabe quem trocou o nome de Maria por Mário. Rua Guaporanga - planta brasileira medicinal da família das mirtáceas. A rua ia se chamar Aracuã (nome tupi de ave da família dos cracídeos), mas, por sugestão de um dos seus primeiros moradores, o farmacêutico homeopata Henrique Bandeira, pai do ex-massagista do Flamengo e Seleção Brasileira João Carlos Bandeira, foi oficializada como Guaporanga. Rua Dr. Jacundino Barreto – engenheiro e professor. Foi responsável pelas obras de saneamento da Baixada Fluminense. Lecionou no Colégio Dom Sebastião Leme e foi diretor do Ginásio Santa Cruz. Faleceu em 1935. Foi dado seu nome à rua em 1953. Rua General Vóssio Brígido – General Rodolfo Vóssio Brígido, nascido no Ceará. Foi professor de Português no Colégio Militar, onde começou a lecionar no início do século XX, quando era tenente. Faleceu em 1951. O fato interessante é que, após seu falecimento, alunos do Colégio Militar, num abaixo-assinado, pediram à Prefeitura Que a antiga Rua Universidade, que ficava perto do colégio, recebesse o nome do general, que foi seu primeiro habitante. Mas, sem que ninguém soubesse o motivo, essa rua foi oficializada com o nome de Deputado Soares Filho em 1953. No mesmo ano, passou a ser chamada de General Vóssio Brígido a rua da Praça Seca. Rua Dr. Bernardino – engenheiro Bernardino Marques da Cunha Bastos, autor do projeto que traçou as ruas da região da Praça Seca. Morou na Rua Cândido Benício. Rua Baronesa – em homenagem à Baronesa da Taquara. Rua Barão – em homenagem ao Barão da Taquara. Rua Florianópolis – lembra a capital de Santa Catarina, por causa do Ministro Lauro Müller, nascido em Florianópolis e que morou nessa rua. Antes, se chamava Emília, em homenagem à Dona Emília Joana Fonseca Marques, filha do Barão da Taquara. Rua Albano – Albano Raimundo da Fonseca Marques, marido de Dona Emília. Estrada Comandante Luiz Souto – Luiz Felipe de Figueiras Souto, oficial da Marinha de Guerra, um dos 337 mortos no acidente com o Cruzador Bahia, no dia 4 de julho de 1945, durante a II Guerra Mundial. O antigo Caminho da Chácara recebeu seu nome em 1951. Rua Godofredo Viana – senador pelo Estado do Maranhão, durante a década de 1930. Freqüentava muito a casa do Galdino José da Silva, na Rua Albano. Foi justamente por iniciativa do Galdino que o antigo Caminho do Sapê passou a se chamar Godofredo Viana em 1934. Ladeira da Reunião – por causa do próprio Morro da Reunião. Rua Nuporanga – antiga Rua Batista Pereira. Recebeu o nome atual em 1942 em homenagem à cidade de Nuporanga, em São Paulo. Nuporanga é palavra tupi-guarani que significa campo belo. Rua Elvira da Fonseca – esposa do Jerônimo Pinto da Fonseca, filho do Barão da Taquara. A Rua Pedro Teles, paralela à Cândido Benício, antiga Estrado do Marangá de Baixo, é em memória do tio do Barão da Taquara, Pedro Antônio Teles Barreto de Menezes, que foi irmão de Dona Ana Maria Teles de Menezes, mãe do Barão. A Rua Japurá tem o significado em tupi-guarani de mentira. No início do século XX, seu nome era Rua Adelaide (esposa do Dr. Bernardino). A Rua Içá também vem do tupi-guarani. Içá é um tipo de formigas cheias de ovos, que surgem em bandos na época do calor. Os indígenas comiam os içás fritos com um pouco de sal. Japurá e Içá são nomes de rios na Amazônia. A Rua Capitão Machado é em homenagem ao fazendeiro local, Capitão Francisco da Silveira Machado. A Rua Maricá foi aberta em 1925, com apenas 200 metros após a Rua Capitão Menezes. Não tinha seguimento e terminava na Rua Lauro Müller (atual Dias Vieira). A Lauro Müller ia da Rua Cândido Benício até a Rua Araruama (hoje Espírito Santo). Essas três ruas são do loteamento de 1925, nas terras do Capitão Menezes. Em 1933, é que a Rua Lauro Müller passou a ser chamada de Rua Dias Vieira, estendendo-se novo trecho até a Rua Japurá, que também em 1933 teve prolongamento a partir da Rua Capitão Menezes. As aberturas desses logradouros acabaram com o antigo campo de futebol do Marangá. A Rua Araruama trocou o nome para Rua Espírito Santo em 1948. As ruas Maricá e Araruama tiveram esse nome numa alusão às duas lagoas do Estado do Rio de Janeiro. São palavras do tupi-guarani. Maricá significa espinheiro ou planta espinhosa. Araruama, comedouro ou bebedouro das araras. A Rua Maricá em 1935 teve grande prolongamento em direção ao Campinho, unido-se com a Rua Teles. A Rua Teles é bem antiga e vem desde o início do século XX. Ao contrário do que se pode pensar, ela não é homenagem à família do Barão, mas sim da ascendência do Antônio Geremário Teles Dantas, donos das terras daquele trecho na época da criação da rua. A antiga rua Itapuca, antes conhecida como Rua 21 de Maio, passou a se chamara Gastão Taveira em 1948, numa justa homenagem, embora tardia, ao personagem de muita importância no desenvolvimento da região. A Rua Parintins na década de 1920 tinha o nome de Rua Lorina. A Estrada do Macaco dividiu-se em diferentes épocas, formando dois logradouros. Em 1934, surgia a Rua Luís Beltrão, originada pelo final dessa estrada (da atual Quiririm até a Parintins) e pelo Caminho do Valqueire. Em 1941, outro trecho da Estrada do Macaco, o mais longo, recebeu o nome de Rua Quiririm. A Rua Jerônimo Pinto lembra Jerônimo Pinto da Fonseca, filho do Barão da Taquara. A Rua Francisco recorda um dos netos do Barão, o advogado Francisco Taquara da Fonseca Teles, filho de Francisco Pinto da Fonseca Teles. A Rua Guarapes foi oficializada em 1933. Antes, chamava-se Elza, outra neta do Barão, Elza Teles Rudge, filha de Ana Teles Rudge. A Travessa Pinto Teles, no início do século XX, era Rua Maria Luiza, em homenagem à filha do Barão, Maria Luiza da Fonseca Menezes, esposa do Capitão Menezes. Em 1954, nas ruas Luís Beltrão, Baronesa, Marangá e Capitão Menezes, realizaram-se escavações para colocações de enormes manilhas, com diâmetro de 1 metro e 75 centímetros, que foi parte da obra da Adutora Henrique Novaes, cujos percurso total é do Rio Guandu até a represa dos Macacos, onde abastece de água toda a Zona Sul. A adutora, na sua passagem, também fornece água para outras localidades, inclusive à região da Praça Seca, através do reservatório do Morro da Reunião, no Tanque. Quando a escavação da gigantesca vala chegou na esquina da Rua Cândido Benício, o trânsito foi desviado. Mas os usuários dos bondes tinha que fazer baldeação. Os bondes vinham de Cascadura até em frente ao atual Chopão. Ali os passageiros saltavam e pegavam outro bonde estacionado no meio da praça, a fim de continuarem a viagem à Freguesia ou Taquara. Houve muitos acidentes durante a construção da adutora na Praça Seca. O mais grave foi a morte de um operário, que trabalhava no fundo do valão na Rua Baronesa, em frente ao terreno do General Lauro Dias Barreto, quando houve um desmoronamento de terra em cima dele. A propriedade do General Barreto era onde existe os imóveis da Rua Baronesa números 716, 729, 730 (a vila) e 750 (a Academia Corpus). O terreno era bem grande, com um casarão no centro. Tinha duas frentes: na Rua Baronesa e na Rua Barão. Fonte: https://www.omelhordobairro.com/riodejaneiro-pracaseca/historia

  • Um povo sem símbolos é um povo sem identidade

    Para que a esquerda consiga êxito em seus planos é necessário que algumas etapas sejam concluídas. Uma destas etapas é a destruição do conceito de soberania nacional, a começar pela abolição da propriedade privada. Karl Marx, na obra “O Manifesto Comunista”, escreveu: “Neste sentido, os comunistas podem resumir sua teoria nesta fórmula única: abolição da propriedade privada (...) em resumo: acusai-nos de querer abolir vossa propriedade. De fato, é isso que queremos.” A abolição da propriedade privada reflete a perda da liberdade, a soberania em produzir, em gerar riqueza, suprimindo a individualidade. E assim como a expropriação da propriedade retira a individualidade, o sequestro de símbolos nacionais derruba o conceito de soberania nacional, fazendo com que determinado povo não reconheça sua identidade. Recentemente temos visto este ataque sumário aos símbolos nacionais por parte da ala vermelha do espectro político. O primeiro ocorreu contra o Hino Nacional Brasileiro no início deste ano. Guilheme Terreri, nome civil da drag queen Rita Von Huty, teceu um comentário completamente jocoso ao participar do podcast “Embrulha Sem Roteiro”, que foi ao ar no dia 29 de março deste ano. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), Guilherme inicia seu discurso falando sobre o Parnasianismo: estilo que se desenvolveu na poesia a partir de 1850, na França, com o objetivo de retomar a cultura clássica. “Eu lembro de estar tendo essa aula (de Parnasianismo) muito boa, com uma professora muito boa, e ela explicar ‘Olha, o Parnasianismo é esse movimento que fazia arte pela arte.’ Um dos poemas parnasianos mais famosos é sobre um vaso. Quando você lê os parnasianos, você pensa: que c..., que m... é essa??” Logo em seguida, ele disserta sobre o Hino Nacional: “O Hino Brasileiro é parnasiano. ‘Ouviram do Ipiranga às margens plácidas’. Qual que é o sujeito dessa frase? E por que que não é ‘Às margens plácidas do rio Ipiranga ouviram’? Porque f... o povo, não é pra você entender, é só pra você cantar... que p... de hino é esse que a gente não pode cantar??” Antes de prosseguir com este artigo, uma recomendação: independente do curso superior que se interesse, jamais estude na USP. José de Alencar e Monteiro Lobato revirar-se-iam em seus túmulos ao descobrirem que a universidade, que outrora tinha tanto prestígio, tornou-se antro de obscenidades (principalmente provenientes da esquerda). Dito isto, sigamos. Ao que tudo indica, Guilherme, mesmo sendo graduado em Letras, não conhece muito bem as regras do sujeito e predicado. Então, explicaremos aqui. O sujeito e o predicado são os termos essenciais da oração. O sujeito é aquele que realiza ou recebe a ação, e o predicado comporta o verbo, informando a ação realizada ou recebida pelo sujeito. A oração pode ser construída de várias formas: Ordem direta: quando o sujeito aparece antes do predicado (é a forma mais usual) Ordem inversa: quando o sujeito aparece depois do predicado (a exemplo do Hino Nacional) Sujeito no interior do predicado: quando o sujeito aparece ENTRE o predicado. Para pessoas como o senhor Guilherme, é mais fácil tripudiar da riqueza do Hino Nacional a ensiná-lo. E zombar desta forma de algo tão precioso que representa uma nação mostra apenas que a ala vermelha avança em sua agenda nefasta de anular a identidade do povo brasileiro. Há alguns poucos dias, uma juíza eleitoral deu uma declaração absurda: que a bandeira nacional deveria ser proibida de ser exibida, pois ela representaria apenas “um lado da política”. Ana Lúcia Todeschini Martinez, titular do cartório eleitoral de Santo Antônio das Missões e Garruchos disse durante uma reunião com representantes de partidos que seu entendimento era que a bandeira do Brasil poderia ser considerada uma propaganda eleitoral a partir do início oficial da campanha, no próximo dia 16 de agosto. Para ela, o símbolo nacional tornou-se marca de “um lado da política” no país. Ela não cita o presidente Jair Bolsonaro, mas fica evidente o raciocínio da magistrada. “É evidente que hoje a bandeira nacional é utilizada por diversas pessoas como sendo um lado da política, né? Hoje a gente sabe que existe uma polarização. De um dos lados há o uso da bandeira nacional como símbolo dessa ideologia política (...) se ela tiver fixada em determinados locais, a gente vai pedir pra retirar.” Assim como ensinamos um graduado em Letras regras básicas de uma oração, agora o faremos com esta magistrada que, ao que parece, cabulou as aulas de Direito Constitucional. O artigo 10 da Constituição de 1988 deixa claro: A Bandeira Nacional pode ser usada em todas as manifestações do sentimento patriótico dos brasileiros, de caráter oficial ou particular. E o artigo 13, parágrafo 1°, determina que a bandeira é SÍMBOLO NACIONAL: São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. A referida juíza parece não entender a gravidade da situação ao proibir que brasileiros, cidadãos de bem e patriotas, utilizem a bandeira nacional. Porém, quando a classe artística sequestra e vilipendia o símbolo maior da nação, ficam “elas por elas.” A cantora Bebel Gilberto, filha do cantor de MPB João Gilberto e sobrinha de Chico Buarque, “sambou” em cima da bandeira do Brasil em uma apresentação nos Estados Unidos. Em inglês, ela disse: “Peço desculpas por fazer isso, mas vocês acham que estou orgulhosa de ser brasileira?” Nenhum juiz se manifestou contra este ataque e a “mídia tradicional” (salvo alguns pouquíssimos jornalistas) não abordaram o ocorrido. Boris Casoy, um dos maiores jornalistas do país, que atualmente é comentarista da CNN Brasil, comentou sobre o caso: “Foi um ato deliberado, um ato hostil ao Brasil e extremamente ofensivo ao Brasil e aos brasileiros. Inclusive com o agravante de estar acontecendo no exterior.” Boris, inclusive, ressalta algo interessante: “Estranha muito (quero dizer, a mim não estranha) que a classe artística não tenha se manifestado a respeito disso. Será que é uma identificação ideológica da esquerda brasileira?” Quando atos contra símbolos nacionais são realizados e nada é feito para combater, a identidade nacional, a soberania acaba se esvaindo, e este é justamente o objetivo do progressismo. Quando um povo não possui nada que o destaque dos demais, ele está sujeito a ser dominado por qualquer um. Em resumo: nenhum destes ataques é sem propósito, e o silêncio de quem deveria se manifestar contra mostra que o plano de tornar o brasileiro um “zé ninguém”, segue a pleno vapor.

  • Tijuca

    Na época do descobrimento do Brasil, os primeiros exploradores que chegaram nesta região ouviram dos índios a expressão "Tijuca", que na língua tupi quer dizer charco, pântano, alagadiço. De fato toda área ao pé no maciço da Tijuca e da serra do Andaraí era um grande pântano, que até o governo do marquês de Pombal, administrador da colônia no reinado de dom José I, pertencia aos jesuítas. Sua rica história se confunde com a da própria fundação da cidade, a partir da expulsão dos franceses, em 1565. Passado o evento, Estácio de Sá doou uma área muito extensa à Companhia de Jesus. Nela, os jesuítas implantaram dois grandes engenhos de açúcar: o Engenho Velho e o Engenho Novo. Passados quase 200 anos, em 1759, tudo o que pertencia à ordem religiosa foi incorporado aos bens públicos e, com isso, as terras com melhor localização foram arrendadas a famílias abastadas, brasileiras ou estrangeiras. Essas fazendas e chácaras tinham a seu favor a proximidade com o verde e a altitude, o que era ideal para fugir do calor e, também, das epidemias recorrentes, concentradas no entorno do Centro. O acesso difícil ao relevo montanhoso do Maciço da Tijuca manteve o local praticamente intocado até mesmo para os habitantes originais da região, que eram os índios tupinambás, também conhecidos como tamoios. No entanto, apesar do péssimo estado dos caminhos até o Alto da Boa Vista, no século XIX já havia quem organizasse passeios e excursões até lá. Segundo a historiadora Lili Oliveira, em 1810 o conde Gestas veio da França e comprou um sítio na área onde hoje fica a Floresta da Tijuca, o qual batizou de Boa Vista. Passou a cultivar café, cana-de-açúcar, hortaliças e frutas, além de criar vacas da Normandia e fabricar manteiga e creme fresco. A imperatriz Leopoldina, primeira esposa de d. Pedro I, costumava cavalgar da Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, ao Sítio Boa Vista, para estudar botânica e cuidar de sua coleção de orquídeas. Outro francês que se encantou com a beleza do lugar foi Nicolas Antoine Taunay, membro da Missão Francesa, que chegou em 1816. O pintor comprou do conde Gestas um terreno, no ano seguinte. Graças à clareira aberta por ele para construir sua residência é que se abriu a vista para a cascatinha, batizada de Cascatinha Taunay, em sua homenagem. Em médio prazo, a atividade resultou na devastação da floresta e na consequente ameaça aos mananciais que abasteciam a cidade. Por esse motivo, o governo imperial determinou o reflorestamento da região a partir de 1840, só efetivamente implementado por d. Pedro II a partir de 1861. Quem esteve à frente do projeto até 1874 foi o major Manoel Gomes Archer, primeiro administrador da floresta. Na primeira fase da recuperação, contava apenas com seis escravos: Maria, Leopoldo, Eleutério, Constantino, Manuel e Mateus. Numa segunda fase, 22 trabalhadores assalariados foram incorporados à equipe. O Parque Nacional da Tijuca foi criado pelo Decreto nº 50.932, em 6 de julho de 1961. A partir do início do século XIX, devido à fartura de água e às extensas áreas livres disponíveis na região, várias indústrias começaram a se instalar na Tijuca. Elas fabricavam tecidos, chapéus, rapé, cigarros, cervejas, laticínios, conservas, gelo e papel, entre outros produtos. Décadas mais tarde, as instalações desativadas passaram a abrigar hipermercados ou shopping centers. Segundo o Censo do IBGE de 2010, a população do bairro é de 163.805 pessoas. Quanto às faixas etárias, os idosos compõem 24,13% desse total (39.531), enquanto os jovens até 24 anos chegam a 25,83% (42.307). As mulheres são maioria numérica, chegando a 56,31% (92.240). A denominação, delimitação e codificação do bairro foram estabelecidas pelo Decreto nº 3.158, de 23 de julho de 1981, com alterações do Decreto nº 5.280, de 23 de agosto de 1985.

  • Por que acontecem tantos males no mundo?

    Certa vez minha mãe me confidenciou algo que não entendia: “Por que ainda existem tantas pessoas passando fome no mundo? Por que ainda existem guerras, pessoas morrendo? Não existe a ONU, Unesco, Unicef, todas essas instituições? Então por que tudo permanece como está?” À época eu não tinha o conhecimento que possuo hoje, então não tive uma resposta para dar. Porém, a mesma dúvida de minha mãe era a minha, e de certo, é a de muitas pessoas. A Organização das Nações Unidas foi criada em 1945, em substituição à Liga das Nações, logo após a Segunda Guerra Mundial. É formada por subdivisões que tratam de assuntos mais específicos, como Unesco (Educação e Cultura), OMS (Saúde) e a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura). Com pastas variadas para tratar de assuntos tão importantes, não seria lógico que os problemas fossem amenizados ao invés de piorarem? O que a maioria não sabe é que a ONU não foi criada para resolver problemas: ela é o problema. E nas linhas a seguir tratarei de explicar as razões. Para começar, desde os primórdios da criação da organização, os secretários-gerais são ligados à ala progressista. O escritor David Allen Rivera, em sua obra “Final warning” explica: “Trygve Lie, o primeiro secretário-geral oficial da ONU, foi membro elevado do Partido Trabalhista Social Democrático da Noruega, uma espécie de ramificação da Terceira Comunista Internacional. Dag Hammarmskjold, o segundo secretário-geral, foi um socialista sueco, que abertamente defendia políticos comunistas, e U Thant, o terceiro secretário-geral-, era marxista.” Este último, U Thant, defendia uma nova ordem mundial para a “sobrevivência da humanidade”: “Os federalistas mundiais têm diante de nós a visão de uma humanidade unificada vivendo em paz sob uma ordem mundial justa. O coração de seu programa – um mundo sob a lei - é realista e alcançável.” (citado por Tom Hudgens na obra “Let’s abolish war”) “Pela primeira vez na história da humanidade, nos encontramos presos em uma crise mundial crescente que engloba tanto os países desenvolvidos quanto os países em via de desenvolvimento (...)Torna-se evidente que se as tendências atuais se prolongarem, a vida na Terra poderá estar ameaçada.” Uma das “tendências” a que Thant se refere é a “superpopulação”. Desde os primeiros relatórios e conferências acerca do meio ambiente (chancelados pela ONU), o objetivo era explanar ao mundo que a “superpopulação” seria uma das principais causas do desequilíbrio ambiental. E para diminuir o índice populacional, a elite mundial não tem vergonha alguma de dizer que é necessário matar para atingir tal “equilíbrio”. “Nenhum objetivo é mais crucial do que este (redução populacional) para remediar a crise ambiental (...)” (Relatório “Limite ao crescimento”, produzido pelo Clube de Roma) Eis o que Jacques Yves Cousteau, cineasta, oceanógrafo e inventor, disse em uma entrevista para a revista mensal da Unesco, “Unesco Courrier”, em novembro de 1991: “Todo mundo está convencido disto: o crescimento da população não pode continuar assim, anarquicamente, de um modo canceroso (...) é terrível dizer. Mas é preciso que a população mundial se estabilize, e para isso será necessário eliminar 350.000 homens por dia.” O escritor Pascal Bernardin, em sua magnífica obra “O Império ecológico”, tenta responder àquela pergunta do início do artigo: “O mito da superpopulação facilita, então, os caminhos tomados pelos demônios dos quais a humanidade não tem aprendido a se defender: aborto, eugenia e eutanásia” E nesta lista, incluo a fome. Em 2008, o professor do Departamento de Ciência Política da Universidade do Havaí, George Kent, publicou um artigo interessante no site oficial da ONU, intitulado “Os benefícios da fome mundial”. Eis como o dito professor inicia sua dissertação: “Às vezes falamos da fome no mundo como se fosse um flagelo que todos queremos ver abolido, encarando-a como comparável à peste ou à sida. Mas essa visão ingênua nos impede de entender o que causa e sustenta a fome. A fome tem um grande valor positivo para muitas pessoas. Na verdade, é fundamental para o funcionamento da economia mundial. As pessoas famintas são as mais produtivas, especialmente onde há necessidade de trabalho manual.” E por que este artigo é interessante? Porque ele, assim como a citação de Pascal Bernardin, responde ao questionamento que abre este artigo: não há interesse por parte da ONU e de seus tentáculos em acabar, ou ao menos, amenizar problemas tão graves. Por conta da ambição de uma elite globalista por controle social e populacional, há interesse em manter (e piorar!) situações que ocorrem no mundo. O artigo em questão foi apagado recentemente, pois foi descoberto e difundido em mídias conservadoras. Porém, a organização alegou que o mesmo era um texto “satírico”, uma piada, e que foi apagado por ter sido levado à sério demais. Bom, tratando-se da ONU e de seus afiliados, não é surpresa. Afinal, a única coisa que levam a sério são seus planos de dominação. Pascal demonstra que o homem, a criação prima de Deus, foi rebaixado a um ser coadjuvante sem importância, sem personalidade, sem alma: “Não é mais o homem, criado à imagem de Deus, que se deve defender, mas a Terra, Gaia, a Natureza, as árvores e os animais. Tanto isso é verdade que o homem, abandonado à sua natureza ferida, torna-se facilmente um joguete de forças infernais.” Hoje posso responder à pergunta feita por minha mãe: a fome e outros males permanecem em plena atividade porque eles contribuem para um plano diabólico de dominação que visa destruir o ser humano e beneficiar a elite globalista, que se coloca como dona do mundo e única sociedade que tem direito de viver plenamente. O que chamam de teoria da conspiração acontece debaixo dos nossos narizes. Só não vê quem se recusa a enxergar. Artigo publicado na Revista Conhecimento & Cidadania Vol. I N.º 15

  • No resgate da cultura humana a referência é a luz

    Continuação Continuaremos a ideia proposta na edição anterior onde procuro levar a reflexão sobre a luz que queremos ter, ser primeiro, a luz que devemos ser. Muitos, ditos conservadores, têm tentado trazer o espírito revolucionário como um meio de solucionar nossos problemas atuais, porém, há que sabermos que as revoluções nunca resolveram problemas sociopolíticos, e sim, causaram um grande estrago na pouca ordem que deveria ser estabelecida antes de qualquer de tentativa de trazer algo novo e melhor. Penso que concordamos que se trouxéssemos apenas pouco de ordem, primeiro em nós e depois na sociedade, teríamos um grande número de nossos problemas resolvidos, pois como em qualquer ambiente, nunca devemos nos propor a fazer cumprir sua função sem antes organizarmos e promover que cada um saiba seu papel. Lembro que os cidadãos se quer sabem qual seu papel, pois pensam que é apenas votar e depois cobrar seus representantes. Para além disso, temos que ter bem clara nossa posição, por exemplo: Cada um de nós deveria antes mesmo de discutir política, deveríamos estudar e fazer política, seja ela partidária, de mandato ou mesmo de gabinete. Por esse motivo, esta revista, como veículo de ascensão cultural, disponibiliza um brilhante caderno chamado: Direito nas escolas, que tem como finalidade trazer noções de direito aos jovens para que se enriqueçam a respeito de seus direitos e deveres, mas não há ali a adesão que gostaríamos de ver, porém sabemos o valor da mensagem e dia a dia, vamos levando essa luz tão necessária e que em algum momento será notada e poderá ser um instrumento poderoso no resgate cultural dos nossos jovens. Estamos trabalhando em livros, revistas, dicas culturais e até mesmo nos aproximando da trilha da política para qualificarmos estes espaços que outrora deixamos livres e então, os mal-intencionados os usassem para propósitos nada humanos. Nós conservadores sabemos que não será fácil e nem rápido o resgate que desejamos, mas com convicção, constância e firmeza de propósito, chegaremos lá, se não nós, nossos filhos, netos, bisnetos, em fim, não é sobre quem vai usufruir de um mundo novo e melhor e sim, sobre promovê-lo para que numa corrente inquebrável os que virão e os nossos estarão entre eles possam estar inseridos nele. Não é sobre pessoas, mas sobre ideias, e são elas que no fazem vibrar cada vez mais; a cada momento que conseguimos encaixar mais uma pedra desse quebra cabeças. Hoje mais que ontem já conseguimos ver a imagem que tanto importa para nós direcionar e animar em direção ao nosso alvo: Um mundo novo e melhor. Por tanto, não devemos esmorecer e muito menos desistir, para tanto, tenhamos essa ideia, não fora, mas dentro de nós para que onde quer que vamos, levemos esta experiência aos outros. Que Deus abençoe nossa jornada!

  • Contrato

    Caderno Direito nas Escolas na Revista Conhecimento & Cidadania O contrato tem uma função social, pois dele decorre a circulação de riqueza. Pode ser também considerado uma convecção, que é um acordo entre duas ou mais pessoas com finalidade jurídica, que cria uma obrigação. Ou seja, tecnicamente, o contrato é um negócio jurídico bilateral que cria obrigação. Por isso, está diretamente ligado com as funções desempenhadas pelo corretor de imóveis: é por meio dos diversos tipos de contratos (compra e venda, aluguel, permuta) que o cliente, por intervenção e auxílio do corretor, celebrará um acordo de vontades. De acordo com artigo 108 do Código Civil, a validade do negócio jurídico requer: I – agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III – forma prescrita ou não defesa em lei. Espécies de Contratos O contrato típico é aquele que tem um regramento específico prescrito no ordenamento jurídico, regulamentado pelo Código Civil. É o caso de contratos de doação e contratos de compra e venda, por exemplo. O contrato atípico celebra negócios bilaterais cujo perfil não se amolda a nenhuma das espécies contratuais prescritas pelo sistema jurídico. Isso significa que é celebrado livremente, nos princípios da autonomia privada. Muitas vezes, reúnem-se elementos de vários contratos para a formação de um negócio bilateral novo. Os negócios jurídicos podem ser unilaterais, como o testamento e a promessa de recompensa; ou bilaterais, como o contrato de empréstimo e o contrato de compra e venda. São contratos bilaterais os que impõem às partes obrigações e direitos recíprocos. Por conseguinte, passam as partes a cumular, concomitantemente, a função de credor e devedor uma da outra, o que tipicamente acontece no contrato de compra e venda. Já os contratos unilaterais se caracterizam por acarretar dever de prestação para apenas um dos contratantes. Típico exemplo é o testamento. A doutrina conceitua o contrato gratuito como aquele que se contrapõe ao contrato oneroso. Nos contratos gratuitos, à prestação de uma parte corresponde apenas vantagem da outra. Exemplo é a doação. Ao contrário, em virtude do contrato oneroso, ambas as partes auferem vantagens recíprocas. Apenas os contratos onerosos (aqueles em que cada uma das partes espera um prestar recíproco, atributivo de vantagens específicas de parte a parte) contêm o caráter fundamental da vida comercial, relacionado com troca e especulação. O contrato comutativo é de prestação certa e determinada. Em uma compra e venda, por exemplo, o comprador sabe o valor daquilo que receberá e o preço que terá que pagar, enquanto o vendedor já sabe o valor da coisa que vendeu e o valor que recebeu por ela. Já o contrato aleatório é aquele que está ligado à sorte, ao risco, ao acaso. É o caso da compra de um bilhete de loteria. O comprador paga o preço certo, cumprindo a sua prestação, mas qual será a prestação do vendedor? Ele não sabe quanto terá de pagar ou se terá de pagar, enquanto o comprador não sabe quanto receberá e se receberá. O contrato paritário é aquele em que ambas as partes de comum acordo fixam as regras. Exemplo: um contrato de prestação de serviço de manutenção de condomínio. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas são fixadas unilateralmente por um dos contratantes e aceitas em massa pelo outro, que nada pode reclamar. Exemplo: o contrato de abertura de uma conta em um banco já vem impresso, e o cliente nem o gerente têm o poder de alterá-lo. O contrato instantâneo é aquele que se consuma em apenas um ato. Assemelha-se ao diferido, só que o ato neste é futuro. Exemplo: compra e venda à vista. O trato sucessivo é aquele que vai se realizando em partes. Exemplo: prestação de serviços. O contrato personalíssimo é realizado em atenção ao estado de certa pessoa. Não pode ser cedido por ato entre vivos ou causa morte. O contrato impessoal é aquele que não leva em conta exclusivamente o estado pessoal de certo contratante. O contrato individual diz respeito ao interesse de apenas uma pessoa. Exemplo: na compra e venda, uma pessoa pode contratar outra. O contrato coletivo representa uma gama de pessoas, uma coletividade. Exemplo: convenções coletivas de classe de trabalhadores. Contratos principais têm existência própria, como de compra e venda e de locação. Os contratos acessórios dependem dos primeiros para existirem, como é o caso, por exemplo, de uma cláusula penal. Contratos solenes têm uma forma a ser respeitada. Exemplos: escritura pública na alienação de imóvel, testamento. O contrato não solene não obedece a qualquer forma legal. Exemplos: comodato e contrato de locação. Contratos consensuais são aqueles que perfazem com o consentimento. Os contratos reais se aperfeiçoam com a tradição. Exemplos: compra de bens imóveis, depósito e comodato. Contratos nominados são previstos em lei. Exemplos: contratos de compra e venda, de doação e de locação. Contratos inominados não têm previsão legal e exigem uma minuciosa especificação dos direitos e das obrigações de cada parte. Resultam de acordo de vontades, não tendo, porém, as suas características e requisitos definidos e regulados em lei. Contratos mistos resultam da união de vários contratos, formando um novo contrato inominado. Os contratos coligados surgem da união de outros, mas mantêm as características de seus originadores. Exemplo: contrato celebrado pelas distribuidoras de petróleo com postos de gasolina, que engloba outras questões interligadas, como fornecimento de combustível, arrendamento de bombas e locação de prédios.

  • Origem da Praça Seca

    Bairro de Jacarepaguá A jaqueira centenária da Rua Baronesa em frente a Rua Içá é do tempo do Dr. Bernardino Marques da Cunha Bastos, falecido em 1910, engenheiro responsável pelos arruamentos da região. A árvore ficava dentro da sua propriedade, que ia até a Rua Japurá, na época chamada de Rua Adelaide, em homenagem à sua esposa. A região cortada pela Rua Cândido Benício chamava-se nos séculos passados e até início do século XX de Vale do Marangá. Essa várzea é formada a leste pelos morros da Bica, Inácio Dias e da Reunião. A oeste pelo Morro do Valqueire, pertencente à Serra do Engenho Velho: e, ainda, com isoladas elevações conhecidas como Morro da Chacrinha (na Estrada Comandante Luís Souto), Morro Santa Rosa (situado entre as ruas Cândido Benício e Francisco) e Morro do Silveira (na Rua Quiririm). No século XIX, o Morro da Bica (hoje, Fubá) tinha o nome de Marangá. A palavra marangá vem do tupi-guarani e significa campo de batalha ou lugar de combate. A origem desse topônimo remonta os tempos do Brasil colonial. É possível que alguma das batalhas entre portugueses e índios, estes fugindo do litoral para o sertão, ocorreu na região da Praça Seca. Outra hipótese é sobre a expedição de 1710 do francês Jean François Duclerc, que desembarcou em Guaratiba e fez penosa marcha pelo caminho de Jacarepaguá, onde teve muitas perdas em combates, antes da derrota final na entrada da cidade do Rio de Janeiro. Historiadores afirmam que ele passou pelo local da atual Estrada Grajaú-Jacarepaguá, pois lá foram encontrados, durante sua construção, canhões franceses daquele período. Porém, o francês tinha cerca de mil homens e um guia preto conhecedor profundo de Jacarepaguá. Assim, é viável que Duclerc enviasse outra frente pela atual Rua Cândido Benício, e ali acontecesse lutas de resistência. Talvez, uma das duas hipóteses seja a causa da origem do topônimo Vale do Marangá. A colonização das terras de Jacarepaguá começou no final do século do descobrimento do Brasil. Após a fundação da cidade do Rio de Janeiro em 1565 por Estácio de Sá, sobrinho do Governador Mem de Sá, e a expulsão definitiva do Francês Villegagnon, outro sobrinho de Mem de Sá governou o Rio de Janeiro: Salvador Correia de Sá. Filho de Felipa de Sá, irmã de Mem de Sá, e de Gonçalo Correia de Sá, ele exerceu o cargo de governador em dois períodos: de 1567 a 1572 e de 1578 a 1598. Quase no final do seu último governo, em setembro de 1594, concedeu aos filhos Martim e Gonçalo duas sesmarias em Jacarepaguá. A sesmaria do Gonçalo Correia de Sá compreendia as terras desde a Barra da Tijuca, passando pela Freguesia e Taquara, até o Campinho. A sesmaria do Martim Correia de Sá era do Camorim até o Recreio dos Bandeirantes, incluindo a grande faixa litorânea. O Gonçalo ocupou sua sesmaria no ano da concessão, fundando engenhos de açúcar. O Martim, ao contrário, dedicou-se a política, inclusive, foi governador do Rio de Janeiro nos períodos de 1602 a 1608 e 1629 a 1632. Por isso, deixou praticamente abandonada a sesmaria de Jacarepaguá. Esses fatos são os responsáveis pela transformação rápida das terras do Gonçalo em complexo urbano, enquanto as do irmão Martim até os dias de hoje ainda têm grandes vestígios rurais. O topônimo Jacarepaguá deriva-se de três palavras do tupi-guarani: yakare (jacaré), upa (lagoa) e guá (baixa) - "a baixa lagoa dos jacarés". Na época do descobrimento e da colonização, as lagoas da Baixada de Jacarepaguá eram repletas de jacarés, daí o nome. Quando Gonçalo Correia de Sá fundou os primeiros engenhos na atual Freguesia, começou a surgir habitações nas imediações, principalmente onde hoje é a Porta D"Água (Largo da Freguesia). Esse povoado recebeu o nome de Jacarepaguá, em virtude da proximidade das lagoas. Ao passar dos anos, as terras vizinhas também foram chamadas pelo mesmo nome. Nas primeiras décadas do século XVII, a Porta D"Água possuía razoável densidade populacional. Na época, Gonçalo Correia de Sá desmembrou parte da sua sesmaria em foros, surgindo, assim, grandes propriedades. Numa delas, na fazenda do Padre Manuel de Araújo, ergueu-se, também no século XVII, no alto de um penhasco, a Igreja Nossa Senhora da Pena. Com o desenvolvimento do lugar, foi criada, em 6 de março de 1661, a freguesia de Nossa Senhora do Loreto de Jacarepaguá. Essa freguesia foi a quarta do Rio de Janeiro. A primeira foi a freguesia de São Sebastião, instituída no dia 20 de janeiro de 1569, quatro anos após a fundação da cidade. A segunda, em 1634, foi a da Candelária. E a terceira foi a freguesia de Irajá em 1644. A matriz da freguesia de Nossa Senhora do Loreto foi construída em 1664 pelo Padre Manuel de Araújo. As terras de Jacarepaguá eram ligadas com a freguesia de São Sebastião (atual Centro da Cidade) pelo caminho da Fazenda de Santa Cruz (propriedade dos jesuítas). No século XVIII, a fazenda passou a pertencer à Coroa Portuguesa, quando era governador do Rio de Janeiro Gomes Freire de Andrada, o Conde de Bobadela. Então, o caminho recebeu o nome de Estrada Real de Santa Cruz, cuja denominação durou até 1917, no governo do Prefeito Amaro Cavalcânti, quando seu longo trecho mudou para outras designações, muitas existentes nos dias de hoje: Rua São Luís Gonzaga, Avenida Suburbana (2) , Rua Coronel Rangel (em 1950, mudou para Avenida Ernâni Cardoso), Estrada Intendente Magalhães (em 1962, cedeu parte para a atual Avenida Marechal Fontenele), Avenida Santa Cruz e Avenida Cesário de Melo (nome dado em 1930 a antigo trecho da Avenida Santa Cruz). A Estrada Intendente Magalhães, inclusive, foi trecho inicial da antiga Estrada Rio São Paulo de 1928 a 1950. Na altura da antiga Fazenda do Campinho, de propriedade de Dona Rosa Maria dos Santos no século XIX, existia um entrocamento, que deu origem ao Largo do Campinho nos tempos coloniais. Esse cruzamento ligava a Estrada Real de Santa Cruz a duas regiões distintas: com a freguesia de Irajá ao norte e com a freguesia de Nossa Senhora do Loreto ao sul, pela antiga Estrada de Jacarepaguá (atual Rua Cândido Benício). Após o Tanque, o viajante seguia pela Estrada da Freguesia (hoje Avenida Geremário Dantas). A Estrada de Jacarepaguá atravessava todo o Vale do Marangá, que por isso também acabou fazendo parte de Jacarepaguá. O vale era passagem obrigatória dos tropeiros e carruagens, que se dirigiam da freguesia do Loreto para Irajá ou para a cidade. O Largo do Campinho estava na rota dos que vinha de São Paulo e Minas Gerais em direção ao Rio de Janeiro. Lá existia famosa estalagem, onde hoje é a garagem e posto de gasolina Rio- São Paulo. Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, pernoitou diversas vezes nessa hospedaria. Inclusive, no dia 9 de maio de 1789, dormiu lá pela última vez, quando se dirigia da Vila Rica (hoje, Rio Preto) para o Rio de Janeiro. No dia seguinte foi preso na Rua dos Latoeiros (atual Rua Gonçalves Dias) e nunca mais retornou pela sua tão conhecida Estrada Real de Santa Cruz. Só saiu da prisão para o enforcamento no dia 21 de abril de 1792. As duas sesmarias de Jacarepaguá passaram a ter um único proprietário ainda no século XVII. Após a morte de Gonçalo Correia de Sá, a sua mulher e filha, respectivamente, Dona Esperança e Dona Vitória, venderam as terras do esposo e pai, em 1634, para o General Salvador Correia de Sá e Benevides, filho de Martim Correia de Sá e sobrinho de Gonçalo. O general também herdou a outra sesmaria, com o falecimento do pai em 1636. Assim, ele ficou dono absoluto de toda a região, inclusive o Vale do Marangá. O General Salvador Correia de Sá e Benevides, depois da compra da parte do seu tio Gonçalo, passou a morar na casa-grande do Engenho D"Água, que ficou sendo a sede de todas as propriedades. Naquele tempo, Jacarepaguá já estava bastante dividido em foros. Na segunda metade do século XVII, ele fundou, no Vale do Marangá, a Fazenda do Engenho de Fora, situada na antiga Estrada de Jacarepaguá. O engenho de Fora estendia-se pelo lado esquerdo da estrada, do Campinho ao Tanque, incluindo as áreas dos atuais morros da Bica (Fubá), Inácio Dias e Reunião. A sede ficava numa colina atrás do atual IPASE, no Mato Alto. Junto dela, edificada no século XVII, também existia a capela de Nossa Senhora da Conceição. No século XIX, essas construções desapareceram. No mesmo lugar, em 1894, foi construída a Vila Albano por Albano Raimundo da Fonseca Marques, que ainda exista e pode ser vista da Rua Cândido Benício. O General Salvador Correia de Sá e Benevides faleceu em Lisboa aos 94 anos de idade, em janeiro de 1688, trinta anos depois de ter sido governador geral do sul do Brasil. Deixou as terras de Jacarepaguá para o filho Martim Correia de Sá e Benevides, que foi o primeiro Visconde de Asseca e alcaide-mor do Rio de Janeiro. Mais tarde, no século XVIII, o quarto Visconde de Asseca, também com nome de Martim Correia de Sá e Benevides e neto do General Sá e Benevides, herdou as propriedades. O quarto Visconde de Asseca, nascido em Jacarepaguá em 1698 e falecido em 1777, foi o responsável pelos primeiros vestígios de povoamento da região da atual Praça Seca. Nos meados do século XVIII, foi aberto um caminho secundário para ligar a Estrada Real de Santa Cruz com a Estrada de Jacarepaguá, a fim de diminuir o percurso entre o Engenho de Fora e as terras dos Magalhães, que margeavam as Estrada de Santa Cruz, do Campinho até Realengo. O último dono dessa fazenda foi o Tenente-Coronel Carlos José de Azevedo Magalhães. Em sua homenagem o logradouro recebeu em 1917 o nome de Estrada Intendente Magalhães. Ele foi o candidato mais votado para a Intendência Municipal (atual Câmara dos Vereadores) no ano de 1899. No ponto da bifurcação do novo caminho com a Estrada de Jacarepaguá surgiu um largo, que recebeu o nome de Largo do Asseca, em homenagem ao dono das terras da região, o quarto Visconde de Asseca. Por metaplasmo popular houve a supressão das duas primeiras letras, e o lugar ficou conhecido como Seca, inclusive também por ter a primeira camada do solo constituída de areia. Mesmo depois de ampliada, a localidade sempre foi chamada de Praça Seca. O caminho que deu origem ao local foi designado, mais tarde, de Estrada do Macaco, em virtude de limitar parte da fazenda do mesmo nome. A Estrada do Macaco pode ser reconhecida hoje em dia pelo seu antigo trajeto: Rua Quiririm, desde a esquina da Estrada Intendente Magalhães até a Rua Luís Beltrão. A partir dessa rua até a Praça Seca. Com a morte do quarto Visconde de Asseca em 1777, as terras do Vale do Marangá (fazendas do Engenho de Fora e do Macaco) passaram a pertencer à família Teles Barreto de Menezes, ancestrais do Barão da Taquara. Antes de comprar o Engenho de Fora e outras terras em Jacarepaguá, a família Teles Barreto de Menezes era proprietária da Fazenda da Taquara. No século XVII, o dono era Francisco Teles Barreto de Menezes, juiz de órfãos e casado com Dona Inez de Andrade Souto Maior. No século XVIII, o domínio da fazenda passou pelos descendentes primogênitos até chegar a outro Francisco Teles Barreto de Menezes, bisavô do Barão da Taquara, que morreu no dia 13 de dezembro de 1806, alguns dias depois do falecimento da esposa, Dona Francisca Joaquina de Oliveira Brito, ocorrido em 6 de dezembro de 1806. O casal deixou seis filhos herdeiros: Luiz Teles Barreto de Menezes (avô do Barão da Taquara), Ana Inocência Teles de Menezes, Maria Rosa Teles de Menezes, Catarina Josefa de Andrade Teles, Mariana Penha França Teles e Escolástica Maria de Oliveira Teles. Procedendo-se o inventário, coube como legítima proprietária das terras da Fazenda da Taquara a inventariante Dona Ana Inocência Teles de Menezes. Ela casou-se com João Alves Pinto, que morreu em 28 de fevereiro de 1828. Em 16 de novembro de 1836, também faleceu Dona Ana Inocência Teles de Menezes. Como não teve filho e com os irmãos falecidos, deixou como única herdeira a sua sobrinha Dona Ana Maria Teles de Menezes, filha de Luiz Teles Barreto de Menezes e Dona Maria Felicidade de Gama Freitas. A Dona Ana Maria Teles de Menezes era casada com Francisco Pinto da Fonseca, português e comendador da Ordem da Rosa. O casal teve dois filhos: Dona Francisca Rosa da Fonseca Teles de Menezes e Francisco Pinto da Fonseca Teles, que mais tarde recebeu o título de Barão da Taquara. Dona Ana Maria faleceu em 31 de outubro de 1840, um ano após o nascimento do Barão da Taquara. Assim, o Comendador Francisco Pinto da Fonseca tornou-se dono absoluto da Fazenda da Taquara e de vários engenhos espalhados em Jacarepaguá, que os antepassados da esposa haviam adquirido através dos anos., inclusive o Engenho de Fora e a Fazenda do Macaco, no Vale do Marangá. O Comendador Pinto faleceu em 23 de fevereiro de 1865, legando todas as propriedades agrícolas para o filho Francisco Pinto da Fonseca Teles, o Barão da Taquara. O Barão da Taquara nasceu em 25 de outubro de 1839. Quando assumiu a direção da Fazenda da Taquara tinha apenas 23 anos de idade e tornou-se dono da maioria das terras de Jacarepaguá. Possuía muitos engenhos. Os principais, além do Engenho da Taquara, eram o Engenho D"Água e o Engenho de Fora. Desde menino, era assíduo visitante da Quinta da Boa Vista, pois seu pai era guarda-roupa do Imperador Dom Pedro II. Assim, manteve laços fraternais com a família imperial, inclusive o Imperador foi seu padrinho de batismo. Mais tarde, Dom Pedro II frequentou a Fazenda da Taquara, acompanhado da esposa, Imperatriz Dona Teresa Cristina, onde passaram muitas férias anuais. A irmã do Imperador, a Princesa Dona Leopoldina, também se hospedou na fazenda, para se recuperar de doença grave. Em 1864, o Barão da Taquara foi distinguido com o título de Moço Honorário da Imperial Guarda-Roupa. Em 1865, foi nomeado Tenente-Coronel e Comandante do 7º Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional, onde atuou durante a Guerra do Paraguai. Pelos relevantes serviços prestados nessa guerra, recebeu o título de Comendador da Ordem da Rosa. O Imperador Dom Pedro II outorgou-lhe o título de Barão da Taquara em 21 de outubro de 1882, por sua dedicação ao povo de Jacarepaguá. O Barão da Taquara realmente pode ser considerado o Patriarca de Jacarepaguá. Além das terras que doou aos empregados e amigos, ele manteve muitas escolas e consertava logradouros públicos, como aconteceu na antiga Estrada de Jacarepaguá, no Vale do Marangá. Ainda muito jovem, ele casou-se com Joana Maria Penna, com a qual nasceram os três primeiros filhos: Emília Joana, Maria Luiz e Jerônimo Pinto. Cerca de vinte anos mais tarde, em 3 de maio de 1881, esposou Dona Leopoldina Francisca de Andrade, que no ano seguinte passou a ser chamada de Baronesa da Taquara, em virtude do título recebido pelo marido. A Baronesa nasceu no dia 1º de agosto de 1862. Seus pais (José Nogueira de Souza e Ana Teresa de Andrade Souza) possuíam grandes propriedades em Santa Cruz. Foi lá que conheceu o Barão da Taquara, que, além das terras de Jacarepaguá, tinha campos de criação de gado em Santa Cruz. Com a Baronesa da Taquara, nasceram mais dois filhos do Barão: em 1882, Francisco Pinto da Fonseca Teles; e, em1884, Ana Teles. Esta casou-se com Alfredo Rudge e teve três filhos: Francisco José, Elza e Raul. Francisco Pinto da Fonseca Teles, que se formou em medicina, casou-se com a sobrinha Maria Emília Marques, filha de Emília Joana. Desse matrimônio, nasceu um único filho: Francisco Taquara da Fonseca Teles. O Barão da Taquara faleceu aos 78 anos de idade, no dia 30 de agosto de 1918, em sua residência da cidade, no Largo do Paço (atual Praça 15 de Novembro). No dia seguinte, houve missa de corpo presente na capela da Fazenda da Taquara. À tarde, foi sepultado no Cemitério do Pechincha no jazigo da família. Ao seu enterro, além da grande massa popular, compareceram membros do governo republicano, ministros e representantes da câmaras federal e municipal. As terras da região da Praça Seca, ele legou para os filhos da primeira mulher: Emília Joana, Maria Luiza e Jerônimo Pinto. Para a Baronesa e os dois filhos com ela, deixou as terras da Taquara, Freguesia e do resto da grande planície de Jacarepaguá. A Baronesa da Taquara continuou, durante décadas, com o trabalho filantrópico do marido.. Era chamada de "a mãe dos pobres". Ela faleceu aos 97 anos de idade, no dia 23 de dezembro de 1960. Seu filho, Francisco Pinto da Fonseca Teles, morreu anos antes, no dia 31 de julho de 1955. Sua filha, Ana Teles Rudge, faleceu aos 85 anos de idade, no dia 8 de dezembro de 1969. Atualmente, as antigas terras do Barão da Taquara estão loteadas e densamente povoadas. Mas existem as casas-sedes da Fazenda da Taquara e do Engenho D"Água, que foram tombadas pelo Patrimônio Histórico e pertencem aos seus descendentes. A casa da Fazenda da Taquara fica na Estrada Rodrigues Caldas. A casa-sede do antigo Engenho D"Água situa-se numa colina perto da Cidade de Deus, fim da Estrada do Gabinal e início da Avenida Alvorada. As carruagens, diligências, tropas de cargas e solitários ou grupos de cavaleiros eram os meios de transportes normais para os habitantes da região da Praça Seca chegar à cidade, através da Estrada Real de Santa Cruz. A partir de 1858, com a construção da Estrada de Ferro Dom Pedro II (rebatizada em 1889, com a Proclamação da República, com o nome de Estrada de Ferro Central do Brasil), o trem passou a ser a melhor opção para essa população. Considerado a grande novidade do mundo do século XIX, o trem possuía velocidade espantosa para a época. Era de vagões de madeira e locomotiva impulsionada a vapor, que foi logo apelidada pelo povo de "maria fumaça". Com a presença do Imperador Dom Pedro II, a estrada de ferro foi inaugurada no dia 29 de março de 1858, inclusive também a estação de Cascadura, a mais próxima de Jacarepaguá. Essa estação ficava exatamente no ponto em que a Estrada Real de Santa Cruz cruzava com a estrada de ferro. Por longos anos, no local existiu uma cancela. Em 1930, no Governo do Presidente Washington Luís, foi construída a atual ponte. A inauguração da estação de Madureira foi anos depois, já na República, no dia 15 de junho de 1890. O trem de fato revolucionou o modo de vida das populações afastadas do centro da cidade. Antes, só se locomovia para longe, a fim de tratar assuntos importantes ou trabalhar. A partir da chegada do trem, esses habitantes passaram a usá-lo em busca do lazer em lugares distantes. Em 1868, junto à estação de São Francisco Xavier, o Conde Herzberg fundou o Jockey Club. No início, eram realizadas quatro corridas de cavalos anuais, com a presença da família imperial. O povo de Jacarepaguá servia-se do trem, para ir ao hipódromo. O próprio Barão da Taquara, apaixonado pelas corridas, ia de trem com a família. Ele, inclusive, possuía cavalos no prado. Um com o nome de Macaco venceu inúmeros páreos. Em 1884, o Barão participou da fundação do Derby Club, outra entidade do hipismo, juntamente com o Dr. André Gustavo Paulo de Frontin. O Derby Club ficava situado onde hoje é o Estádio do Maracanã. Com a fusão do Jockey Club e Derby Club surgiu o atual Jockey Clube Brasileiro, na Gávea. O primeiro trecho da estrada de ferro iniciava no Campo de Sant"Anna e terminava no Pouso de Queimados. Alguns trens, porém, só iam até Cascadura e voltavam para a estação do Campo, numa operação giratória vagão por vagão. Mais tarde, no final do século XIX, foi inaugurada a estação de Dona Clara, que acabou com o sistema giratório, pois a linha férrea saia da sua rota normal, para fazer uma grande curva em torno dessa estação, que ficava onde hoje é a Praça Patriarca, em Madureira. Essa estação foi construída na antiga chácara de Dona Clara Simões. Todas as terras de Madureira, do Campinho até a Estrada da Portela, pertenciam a Dona Rosa Maria dos Santos, era a Fazenda do Campinho. Dona Rosa faleceu em 1846. Ainda em vida, dividiu parte da sua propriedade a parentes e pessoas amigas. Uns que receberam lotes foram o inventariante Domingos Lopes Cunha e o amigo de Dona Rosa, Vitorino Simões. Mais tarde, Domingos Lopes casou-se com a filha do Vitorino, a Dona Clara Simões. Em 1937, com a eletrificação da Estrada de Ferro Central do Brasil, a estação de Dona Clara foi desativada, já que os trens elétricos não precisavam dar a volta. Em março de 1875, o acesso de Jacarepaguá para a estação do trem melhorou bastante, com a implantação dos bondes de tração animal, que partiam de Cascadura e atravessavam o Vale do Marangá, pela antiga Estrada de Jacarepaguá (hoje Rua Cândido Benício). A Companhia Ferro-Carril de Jacarepaguá (como era chamada) foi construída e explorada por Etiene Campos. Primeiramente, os bondes ligavam Cascadura ao Tanque. Depois, houve prolongamentos para a Freguesia e Taquara. Na época dos bondes puxados a burro, a vegetação do Vale do Marangá era muito espessa, e o clima bastante frio. O lugar hoje conhecido como Mato Alto era chamado de Sibéria, no século passado. Inclusive, no inverno, em todo o trecho da Estrada de Jacarepaguá, o nevoeiro era tão denso que nas manhãs, mesmo com sol, era difícil ver do bonde as pessoas na calçada. Na época, quem dirigia o bonde era chamado de cocheiro. Ele conhecia os horários dos habitantes da região, parava nas portas das casas, tocava a sineta e esperava o passageiro chegar. Em abril de 1911, a Light comprou a companhia de bondes do Etiene Campos. Nesse mesmo ano, eletrificou alguns trechos. Nos bondes elétricos, a pessoa que dirigia é claro que não podia ser denominado cocheiro. Passou a ser conhecido como motorneiro. Quem cobrava as passagens era o condutor. Em 1912, um ano após a eletrificação, o bonde de Jacarepaguá serviu de cortejo fúnebre do líder republicano, Senador Quintino Bocaiúva. Ele possuía uma chácara no subúrbio, na estação de Cupertino, que atualmente tem o seu nome. A casa ainda existe, numa colina da Rua Goiás, quase em frente à estação. Antes de morrer, Quintino pediu para ser enterrado no Cemitério de Jacarepaguá. O féretro vaio da cidade. Primeiro, no trem da Central. Depois, no bonde de Cascadura até o Pechincha, acompanhado pelo então Presidente da República, Marechal Hermes da Fonseca. Os bondes marcaram época na região. Antes, só existiam eles. Depois, surgiram os lotações e, a seguir, os ônibus. O bonde 90 era o Taquara. O Freguesia era o 91. Em condições extraordinárias, colocava-se na linha o bonde 89, Largo do Tanque. O Praça Barão da Taquara era o 88 e ia até o Méier, após subir a ponte de Cascadura. Os outros retornavam de Cascadura e faziam o ,contorno num terreno da Rua Nerval de Gouveia. Os bondes de Jacarepaguá foram desativados no Governo de Carlos Lacerda em 1964. O Engenho de Fora começou a perder sua unidade no princípio da segunda metade do século XIX com a abertura da Estrada do Marangá (hoje Rua Pedro Teles), que cortava grande parte do engenho. Não chegava a ser perfeita paralela à Estrada de Jacarepaguá, pois se aproximava mais de semicírculo em relação a outra. Iniciava na própria Estrada de Jacarepaguá na altura onde hoje é a Rua Capitão Menezes e terminava na mesma estrada onde atualmente se localiza o IPASE. A Estrada de Jacarepaguá, que nos primeiros tempo tinha seu lado esquerdo de ponta a ponta as terras do Engenho de Fora, nos meados do século XIX já possuía grandes áreas desmembradas, que davam fundos para a Estrada do Marangá. No lado direito, se localizava a Fazenda do Macaco, que formava quase um triângulo com as estradas de Jacarepaguá, Macaco (hoje Rua Quiririm) e Real Santa Cruz (hoje Intendente Magalhães). O primeiro loteamento no antigo Vale do Marangá, em lotes bem menores, foi realizado no início da década de 1890 pelo Barão da Taquara. Foram abertas sete ruas e a Estrada de Jacarepaguá passou a ser chamada de Cândido Benício, homenagem do Barão da Taquara ao amigo e político mais votado nas eleições de 1892 para a intendência municipal, que residia naquele logradouro. Três das novas ruas ficavam perto do Largo do Campinho do lado direito da Rua Cândido Benício, atravessando parte das terras da Fazenda do Macaco: Comendador Pinto, Ana Teles e Pinto Teles. Em 1900, estas ruas foram prolongadas até o Morro da Bica (Fubá). As outras quatro ruas construídas pelo Barão foram: Baronesa, Barão, Emília (hoje Florianópolis) e Albano. Todas terminavam na antiga Estrada do Marangá. As ruas Albano e Emília começavam no lado esquerdo da Cândido Benício, pois os prolongamentos para o lado direito só foram realizados em 1906. As ruas Barão e Baronesa eram as únicas que na década de 1890 atravessavam a Cândido Benício. No meio das duas, também no início da década de 1890, o Barão da Taquara construiu grande praça no lugar do pequeno Largo do Asseca (ou Seca). Naquela época, passou a ser chamada de Praça 25 de Outubro, data do aniversário do Barão. Entre 1906 e 1909, o Barão realizou outro loteamento no Vale do Marangá, bem mais amplo do que o primeiro, surgindo dezenas de ruas nas fazendas do Macaco e Engenho de Fora. O autor do traçado foi o engenheiro Bernardino Marques da Cunha Bastos, que era sogro do Gastão Taveira e do Januário Acácio (Rei da Banha). O Dr. Bernardino foi negociante de café e delegado de polícia de Jacarepaguá. Em homenagem ao plano de arruamento do Vale do Marangá, o Dr. Bernardino hoje é nome de rua no local. Um ano após terminar o seu trabalho, no dia 9 de outubro de 1910, Bernardino Marques da Cunha Bastos faleceu. Dos novos logradouros, a Rua Capitão Menezes era a maior e se estendia por grande parte da Fazenda do Macaco e Engenho de Fora. Uma parte desse loteamento, o Barão deixou para a sua filha Emília Joana, do Mato Alto até a Rua Capitão Menezes. A outra parte, da Rua Capitão Menezes até o Campinho, para a filha Maria Luiza. O filho Jerônimo Pinto ficou com as terras do Morro da Reunião, no Tanque. Na época do loteamento, todas as ruas eram de barro, inclusive a Rua Cândido Benício, apesar da linha do bonde, que foi pavimentada no final da década de 1920. A maioria, porém, só foi calçada nos anos 50. Na década de 1910, somente três moradores da região da Praça Seca possuíam automóveis: Gastão Taveira, Francisco Albano da Fonseca Marques e Lauro Müller. Num dia de muita chuva e também muita lama, o carro do Senador Lauro Müller ficou atolado na Rua Cândido Benício em frente à fazenda do Capitão Machado. Foi preciso uma parelha de burros para tirar o veículo da lama. Fonte: O melhor do Bairro

  • A salvação da mulher não virá do movimento feminista

    “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, apedrejas os que a ti são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não o quiseste!” (Mateus 23.37). Nesta passagem bíblica, o Senhor Jesus traz um exemplo da natureza para explicar o cuidado que queria ter para com o povo de Israel. Em diversas citações, Deus mostra que, assim como a natureza cuida de seus filhotes, Ele deseja fazer o mesmo por nós. Contudo, na única vez em que Ele cita o ser humano como exemplo, o exemplo é diferente: “Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti.” (Isaías 49.15). Ou seja, na única menção que o Altíssimo faz ao ser humano no tocante a cuidar de sua prole, Ele mostra que existe a possibilidade deste se esquecer. Mas por que um ser tido como “racional” faria isto? Por que o ser criado à imagem e semelhança do Criador seria capaz de se esquecer, ou até mesmo, matar o fruto de seu ventre? Desde os tempos bíblicos, povos pagãos entregavam seus filhos recém-nascidos para seus deuses. O mais conhecido era Moloque. Sua aparência era de corpo humano com a cabeça de boi ou leão, e no seu ventre havia uma cavidade em que o fogo era aceso para consumir sacrifícios, especialmente dos recém-nascidos, que eram lançados vivos. Com o fortalecimento do povo hebreu e de outros reinos, tais povos foram desaparecendo, deixando o costume dessa adoração. Após libertar o povo de Israel, Deus deu a seguinte ordem: “Na tua terra, NÃO HAVERÁ MULHER QUE ABORTE” (Êxodo 23.26) Para dar uma ordem tão direta, é porque não apenas os recém-nascidos eram mortos, mas também aqueles que sequer tinham saído do ventre materno. Porém, mesmo com esta forma de “adoração” a Moloque ter se extinguido, a prática de assassinar inocentes permanece até aos nossos dias. E hoje, este sacrifício, o aborto, ganhou um nome diferente: direitos sexuais e reprodutivos. Esta expressão surgiu na Conferência de Cairo, em 1994. Contudo, muito antes do termo ser cunhado, o ato já era considerado “direito”. Alexandra Kollontai, feminista e integrante do Partido Comunista, fez uma citação sobre o tema em sua obra “O trabalho feminino no desenvolvimento da Economia”. Para ela, a maternidade era vista apenas uma maneira de inserir novos membros para o partido. Porém, citando a lei russa que legalizava a prática do aborto, ela diz que o problema não era a prática em sim, mas a “clandestinidade”: “Em 20 de novembro de 1920, a república operária sancionou uma lei que abolia as punições atreladas ao aborto. (...) O aborto é um problema ligado à questão da maternidade e, do mesmo modo, tem origem na posição insegura ocupada pelas mulheres (...) as “soluções” clandestinas apenas debilitam as mulheres; elas se tornam um peso sobre o governo operário, e a força de trabalho é reduzida. Quando realizado em condições médicas adequadas, o aborto é menos prejudicial e perigoso, e a mulher pode voltar ao trabalho mais rapidamente.” Margaret Sanger, fundadora da clínica de aborto Planned Parenthood, cunhou o termo “controle de natalidade”. Em 1914, ela lançou a revista “The woman rebel”, onde apregoava suas ideias feministas e tratava da “autonomia reprodutiva da mulher”. Para Sanger, a mulher deveria se libertar da “escravidão biológica”. Contudo, Sanger, eugenista e racista, inaugurava suas clínicas em bairros predominantemente negros e dizia, da maneira mais cínica: “Não é necessário que circule a ideia de que queremos exterminar a população negra” E mais: “O controle dos nascimentos consiste, nem mais nem menos, na eliminação das pessoas inadequadas” Ou seja, além de transformar o aborto em “método contraceptivo”, Sanger o utilizava para exterminar os que intitulava como “inadequados”. Infelizmente, esta prática ainda é utilizada nos dias atuais. A Islândia, país escandinavo de cerca de 330 mil habitantes, “erradicou” a síndrome de Down do país. O que a imprensa tradicional não revela é que isto foi obtido a preço de sangue: 100% dos bebês diagnosticados com a condição ainda no útero são abortados no país. Os exames pré-natais que detectam más-formações e outras características do feto não são obrigatórios na Islândia, mas por volta de 80% a 85% das gestantes optam por realizá-los. Sanger conseguiu o que queria: retirou das mulheres a sensibilidade materna. Não são poucos os sites e programas de televisão que tratam do tema aborto. Dizem promover “debates” para discutir o assunto, porém isso é realizado da forma mais desonesta possível, pois nunca exibem o contraponto. Francisco Razzo, professor de Filosofia e autor da obra “Contar o aborto”, relata em sua obra a experiência que viveu quando assistiu a um “debate” sobre o assunto: “... uma das expressões mais usadas durante toda a conversa, e usada por todos os palestrantes da mesa, foi ‘precisamos discutir’. Perdi as contas de quantas vezes esse termo foi exaustivamente repetido. Porém, ‘precisamos discutir’ não significava naquele contexto semântico outra coisa senão ‘precisamos, com todos os meios que dispomos e com toda a energia que conseguirmos acumular, aparelhar o Estado a fim de combater a religião católica (como representação de uma cultura conservadora e retrógrada) e impor nossas pautas abortistas, progressistas e higienistas’” Infelizmente assistimos a um caso recente de um aborto de um bebê com sete meses de gestação. Informações de um site progressista diziam apenas que uma menor, de onze anos, estava grávida devido a um estupro e que a juíza lhe havia negado o “direito” de realizar um aborto. Porém, havia peças soltas: por que o site não disse quem era o tal estuprador? Por que não apurou se havia boletim de ocorrência contra o mesmo? E por que a juíza do caso não queria que o procedimento fosse realizado? O que não contaram: o “estuprador” é enteado da mãe da menina; não havia boletim de ocorrência contra ele, até porque ele também é menor de idade, tendo treze anos. A mãe da menina procurou o hospital para realizar o procedimento e foi informada de que, pelas normas do Ministério da Saúde, a autorização para o aborto só é feita até a 20º semana de gestação (a menina já estava com 22 semanas). Sabendo a juíza desta norma, solicitou que a jovem permanecesse em um abrigo e que fosse realizada uma Cesária para que o bebê fosse encaminhado para a adoção. Bastou se tornar público o fato de que a juíza queria preservar o bebê para que as ativistas execrassem a imagem da magistrada. A bancada feminina da Assembléia Legislativa de Santa Catarina chegou a emitir uma nota de repúdio contra ela, alegando que a mesma praticou “violência” contra a menor. No fim, infelizmente, a vontade dos adoradores modernos de Moloque foi satisfeita: Daniela Cardoso Escobar, representante do Ministério Público, exigiu que o aborto fosse realizado. Infelizmente, a criatura, feita à imagem e semelhança de Deus, tornou-se cheia de malignidade e desejo de sangue inocente. O Cristianismo, na figura do Senhor Jesus, respeita a figura da criança e ainda diz: apenas quem for tal qual uma criança é quem herdará o reino dos céus. Porém, o mal, na figura do paganismo e, mais recentemente, do feminismo, trata a criança como estorvo, empecilho, um ser que não faz a diferença na sociedade, que atrapalha os interesses progressistas (exemplo da visão de Alexandra Kollontai) e que trata como um “direito” eliminá-la. A Bíblia, porém, tão difamada por estes movimentos que se dizem “defensores da mulher”, revela como de fato o feminino será salvo: “Salvar-se-á, porém, dando à luz filhos, se permanecer com modéstia na fé, no amor e na santificação.” (1° Timóteo 2.15) Artigo publicado na Revista Conhecimento & Cidadania Vol. I N.º 14

  • Sugestões culturais

    Caderno Variedades da Revista Conhecimento & Cidadania Livro: O Caminho do Guerreiro Pacífico A vida de Dan Millman era quase perfeita: campeão mundial de ginástica, finalista numa das melhores universidades do mundo, não lhe faltavam amigos ou namoradas. Tinha porém pesadelos recorrentes com a morte, reflexo de uma depressão que a cada ano ganhava raízes mais profundas... Numa noite de insónia, a passear ao acaso, foi atraído pelas luzes de uma pequena estação de serviço, onde encontrou um misterioso homem de cabelos brancos... Esse homem, a quem chamou Sócrates, viria a transformar profundamente a sua vida. Ao longo de uma série de encontros, pôs em causa tudo aquilo em que o autor acreditava e mostrou-lhe o verdadeiro caminho para a paz interior. O Caminho do Guerreiro Pacífico é um marco da literatura de desenvolvimento pessoal. O livro parte do princípio de que todos nós temos um potencial muito maior do que pensamos e que, por medo ou insegurança, muitas vezes nunca o chegamos a explorar verdadeiramente. Neste livro o autor mostra como a consciência de nós próprios (a sabedoria do corpo) e a consciência do momento presente são um primeiro passo rumo à vivência plena das nossas capacidades. Dan enfrentou os fantasmas da ansiedade, mas também provações terríveis – como um acidente de mota que lhe deixou a perna desfeita. Com a ajuda de Sócrates, acabou por redescobrir a antiga destreza física e a capacidade de amar (e de ser amado). Filme: Rei Arthur Arthur é um líder relutante que deseja retornar para Roma e viver em paz. No entanto, ele parte em uma missão de resgate ao lado dos Cavaleiros da Távola Redonda quando o exército saxão está prestes a atacar. Música: Richard Wagner - Valquíria - Ato 1 ao 3 (Completa) Clique na imagem e ouça Wilhelm Richard Wagner – (Leipzig, 22 de maiode 1813—Veneza, 13 de fevereirode 1883) foi um maestro, compositor, diretor de teatroe ensaístaalemão, primeiramente conhecido por suas óperas(ou "dramas musicais", como ele posteriormente chamou). As composições de Wagner, particularmente essas do fim do período, são notáveis por suas texturas complexas, harmonias ricas e orquestração, e o elaborado uso de Leitmotiv: temas musicais associados com caráter individual, lugares, ideias ou outros elementos. Por não gostar da maioria das outras óperas de compositores, Wagner escreveu simultaneamente a música e libreto, para todos os seus trabalhos. Inicialmente estabeleceu sua reputação como um compositor de trabalhos como Der fliegende Holländere Tannhäuser, transformando assim as tradições românticas de Carl Maria von Webere Giacomo Meyerbeerem um pensamento operístico de seu conceito de Gesamtkunstwerk. Isso permitiu atingir a síntese de todas as artes poéticas, visuais, musicais e dramáticas e foi anunciada uma série de ensaios entre 1849 e 1852. Wagner percebeu esse conceito mais plenamente na primeira parte do monumental ciclo de quatro partes da ópera Der Ring des Nibelungen. Entretanto, seus pensamentos sobre a importância da música e drama mudaram novamente e ele reintroduziu algumas formas tradicionais da ópera em seu último estágio de trabalhos, incluindo Die Meistersinger von Nürnberg. Wagner foi o pioneiro em avanços da linguagem musical, tais como o cromatismo extremo e a rápida mudança dos centros tonais, que muito influenciou no desenvolvimento da música erudita europeia. Sua ópera Tristan und Isoldeé algumas vezes descrita como um marco do início da música moderna. A influência de Wagner vai além da música, é também sentida na filosofia, literatura, artes visuais e teatro. Ele teve sua própria casa de ópera, o Bayreuth Festspielhaus. Foi nessa casa que Ring e Parsifaltiveram suas premières mundiais e onde suas obras mais importantes continuam a ser produzidas até hoje, em um festival anual dirigido por seus descendentes. Sua extensa obra sobre música, drama e política tem atraído extensos comentários, em recentes décadas, especialmente onde existe o conteúdo anti-semita. Wagner conquistou tudo isso, apesar de viver até suas últimas décadas em exílio político, amores turbulentos, pobreza e fuga de seus credores. O impacto de suas ideias pode ser sentido em muitas artes do longo de todo o século XX. Poema: Rubem Alves Disseste tudo ao dizer: Quando a ausência de mim Fizer presença em meu ser, Visitarei a mim mesmo, Para não me afastar de você. Quando o peso do dever Em mim soterrar a alma Entre os escombros da vida, Quero flutuar qual pluma Na leve brisa da calma. Quando o dizer tiver o poder De revelar o que não quero, Paro a pluma, guardo a voz, Me rebelo no silêncio Para me manter sincero. Antes da noção do certo Se revelar um engano, Saio do cotidiano: Adentro em outras rotinas, Noutros mares vou pescar. Não quero porto seguro, Só âncora, vela e mar. Âncora para ser meu porto, Vela para me levar, Mar para, no litoral, As minhas ondas quebrar.

  • No resgate da cultura humana a referência é a luz

    Nas entre linhas da história, muitos seres humanos trabalharam, trabalham e trabalharão pelo resgate da cultura humana. Longe de querer fazer um apanhado histórico o foco do resto é reflexivo. Tenho conversado com muitas pessoas que se sentem desvalorizadas no seu esforço para manter de pé, o que há de cultura humana na atualidade. Estes, se sentem desanimados pela forte oposição - Não poderia ser diferente - e pelo sacrifício imposto pelo alto valor do propósito, mas o que falta à estes guerreiros para que a temperança seja uma constante em suas trilhas? Podemos pensar que um dos itens pode ser a própria motivação, ou seja, o que os move? Se o que os move for frágil, assim será sua constância, mas se estiver apoiado em valores universais, nada nem ninguém poderá atingir negativamente sua força. Quando me refiro ao apoio dos ideais me refiro a referência, gabarito, modelo, em fim ao que é clássico, atemporal; assim trago a luz como relação. Em Genesis 1:3 a bíblia nos mostra que Deus disse: Haja luz, repare que prefiro o criador nos trouxe luz e nada te a ver com a luz que nos permite enxergar, pois essa luz vem dos luminares criados posteriormente e das luzes artificiais, que nada tem a ver com a primeira luz. Considere que há a luz que nos permite ver o plano físico e a luz que nos permite enxergar o plano das ideias, ideias estas que são a essência de tudo. Nesse caso é está luz que devemos considerar, pois elas aponta para o que permanece, independente do que aconteça externamente, e assim devemos ser, como esta luz que permite ver o que está para além dos olhos físicos e por ninguém é vista; fica aqui mais uma reflexão: Alguém já viu a luz? Sabe sua forma, cor, textura, enfim.… O que podemos falar sobre a luz, se não que é algo misterioso que nos permite ver tudo, mas por ninguém é vista. Desejo a estes luminares do resgate cultural e portanto da base da nossa existência toda a força, poder, independência e discrição desta força da natureza, fundamental, inexorável, imparável, intocável por quem quer que seja. Assim seja tua personalidade, seja você um intelectual ou mesmo um cidadão simples como uma dona de casa (Refiro-me ao nível de atuação). Como disse o criador, "Haja luz"!!! Sejamos pois, luz para este momento tenebroso de nossa sociedade. Continuaremos com a ideia exposta na próxima edição. Que Deus abençoe nossa jornada!

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