Um trono ameaçado!
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Um trono ameaçado!

Aos Católicos do Brasil



Hoje é dia de Nossa senhora Aparecida, Padroeira do Brasil.

Todos recordamos que no ano de 1888 a Princesa isabel aboliu a escravidão no Brasil e por esse gesto, recebeu do Papa Leão XIII a maior honraria destinada a personalidades católicas de grande destaque e benemerência, a chamada Rosa de Ouro(Fonte: Agência Senado).

Entretanto, essa atitude da Princesa lhe rendeu perseguições da aristocracia da época, enfrentando uma verdadeira campanha contra sua imagem.

"A República não foi feita contra a família imperial, mas claramente contra Dona Isabel, em seu terceiro reinado (os republicanos diziam que a abolição foi um confisco de propriedade e queriam indenização), e contra os negros. A República foi uma forma de impedir a politização do movimento abolicionista e ascensão dos negros — defende Antunes de Cerqueira”, diz a Agência Senado.

Pressionada junto com a família Real a deixar o Brasil, consta que a Princesa Isabel foi ao encontro da imagem de Aparecida deixando o seguinte bilhete:

Eu, diante de Vós, sou uma princesa da terra e me curvo, pois és a Rainha do céu e te dou tão pobre presente que é uma coroa que seria igual à minha, e se eu não me sentar no trono do Brasil, rogo que a Senhora se sente nele por mim e governe perpetuamente o Brasil”.

Esse gesto humilde e devoção a Nossa Senhora feito pela Princesa Isabel foi seguido pelo Papa Pio X, que em setembro de 1904, oficialmente coroou Nossa Senhora Aparecida como Rainha do Brasil e, mais tarde, Padroeira do Brasil. Durante a Consagração de Nossa Senhora, o Cardeal Sebastião Leme, então Arcebispo do Rio de Janeiro: pronunciou as seguintes palavras:

Senhora Aparecida, o Brasil é vosso! Rainha do Brasil, abençoai a nossa gente! (…) Senhora Aparecida, o Brasil vos ama, o Brasil em vós confia! Senhora Aparecida, o Brasil vos aclama! Salve, Rainha!"

Por ocasião do centenário da Coroação de Nossa Senhora Aparecida, o Santo Papa João Paulo II afirmou: “ [Nossa Senhora] teve uma pátria, pertenceu a um povo, aos quais amou e pelos quais sofreu; podemos pensar que Ela experimentou essa realidade humana que é o patriotismo, conhece seu sentido mais profundo. Tendo levado consigo estes valores para o Céu, Ela sabe o que pedir junto de Deus melhor do que o fizera Ester ao rei Assuero: «Só te peço, ó rei, que salves o meu povo» (cf. Est 7, 3).

Hoje, no seu dia, precisamos refletir o quanto o Trono de Aparecida está sob ameça. Ela, que segundo João Paulo II, experimentou essa realidade do patriotismo, sendo amada e venerada por esse povo pertencente a um país de raízes católicas, cujo 1º ato solene após o descobrimento foi a celebração de uma santa Missa, numa praia, com altar improvisado, cravando a cruz do Cristo, como sinal da presença católica para a luta pela implantação do Reino de Deus e evangelização dos povos (“Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a todas as criaturas – Mt 16,15). E hoje, nossa Rainha assiste muitos católicos abandonando a luta pelo Reino de Deus, pela propagação do Evangelho trocado por pregação de ideologias, pela perda dos valores religiosos e do patriotismo, colaborando para entregar seu Trono aos comunistas e socialistas, que odeiam Nossa Senhora, odeiam Jesus Cristo, odeiam as religiões judaico-cristãs.

Não de agora, mas bem mais acentuada se faz a perseguição aos cristãos, em especial aos católicos, por comunistas e socialistas: Ortega, na Nicarágua, recentemente, expulsou freiras e padres, prendeu bispo, fechou rádios católicas. Igrejas são incendiadas no Chile e na Venezuela\, e outras igrejas invadidas no Brasil, interrompendo o culto da Santa Missa. Lula, candidato, afirmou em bom tom, que se chegar ao poder vai dizer aos padres católicos e pastores protestantes qual e o seu lugar e sua função, ameaçando a liberdade de expressão e culto religioso. E muitos padres, bispos, leigos aplaudindo…

Infelizmente parte da clero e da cúpula da Igreja, de forma negacionista do verdadeiro evangelho e do Magistério da Igreja, faz de conta que não lembra de todos os documentos do Magistério que condenam o comunismo e o socialismo. Só para lembrar alguns:

No ano de 1846, Pio IX, na Encíclica Qui pluribus já firmava a posição do Magistério da Igreja contra o comunismo:

“Nesse ponto, a doutrina nefasta do comunismo, como eles dizem, é mais adversa à própria lei natural; uma vez admitido, os direitos de tudo, coisas, propriedade e até a própria sociedade humana seriam perturbados pelo fundo. A esse aspecto estão as armadilhas tenebrosas daqueles que, em mantos de cordeiros, mas com espírito de lobos, se insinuam com falsas aparências de piedade mais pura e de virtude e disciplina mais severas: surpreendem gentilmente, fecham ligeiramente, matam ocultamente; afastam os homens da observância de toda religião e destroem o rebanho do Senhor”.

Trinta e dois anos depois, em 1878, num documento magisterial a Igreja se pronunciava novamente, agora na voz de Leão XIII:“Clame, não cesse, levante a voz como uma trombeta. Vocês entendem, veneráveis ​​irmãos, que falamos dessa seita de homens que, sob vários e quase bárbaros nomes, são chamados de socialistas, comunistas, eles planejam há muito tempo – a derrubada de toda a sociedade civil”.

Papa Leão XIII, em 28 de dezembro de 1878,na Encíclica Quod apostolici muneris, afirmava:

“Obedecendo ao dever do Nosso cargo apostólico, não deixamos logo no princípio do Nosso Pontificado, nas cartas encíclicas que Vos dirigimos, Veneráveis Irmãos, de apontar esta peste mortal que se introduz como a Serpente por entre as articulações mais íntimas dos membros da sociedade humana, e a coloca num perigo extremo”.

Convém recordar palavras de João Paulo II, quando nos alerta na Centesimus annus que A Igreja recebe o ‘sentido do homem da Revelação divina. “Para conhecer o homem, o homem verdadeiro, o homem integral, é preciso conhecer Deus”, dizia Paulo VI, citando imediatamente Santa Catarina de Sena, que, em oração, exprimia a mesma doutrina: “Na tua natureza, Divindade eterna, conhecerei a minha natureza’”.

Acordem católicos: Isto simplesmente não existe na consciência de um comunista. Para eles, Deus foi inventado pelo homem. O Deus do comunismo é o povo proletariado!

E, para encerrar, Pio XI, na Quadragesimo Anno reforça dizendo ser incompatível o socialismo com o cristianismo católico:

“Para lhes respondermos, como pede a Nossa paterna solicitude, declaramos:o socialismo, quer se considere como doutrina, quer como fato histórico, ou como ‘ação’, se é verdadeiro socialismo, mesmo depois de se aproximar da verdade e da justiça nos pontos sobreditos, não pode se conciliar com a doutrina católica,pois concebe a sociedade de modo completamente avesso a verdade cristã (…)”.

Ressalte-se que todos esses documentos estão em plena vigência para o Magistério da Igreja.

Então, por que setores da nossa Igreja “esqueceram” esses documentos e não os difundem ao povo católico? Com qual fundamento apoiam os socialistas e comunistas?

De fato o Trono de Nossa Senhora está ameaçado! E ao que parece, ameaçado também por dentro!

Nesse dia 12 de outubro, nos resta fazer das palavras de João Paulo II, ao lembrar a oração de Ester, como nossa Oração de hoje:

Tendo levado consigo estes valores para o Céu, Ela sabe o que pedir junto de Deus melhor do que o fizera Ester ao rei Assuero: «Só te peço, ó rei, que salves o meu povo” (cf. Est 7, 3).

Mãe Aparecida, salve o povo brasileiro!





Públio Caio Bessa Cyrino

Procurador de Justiça do MPAM e Ministro da Palavra na Paróquia Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos, em Manaus


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