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A atuação da imprensa no contexto político atual

A atuação da imprensa no contexto político atual

Em 10 de setembro, um homem jovem de 31 anos compareceu diante de uma multidão na Universidade de Utah com um único objetivo: dialogar. Ele realizava este trabalho desde 2012, quando criou a Turning Point USA.

Porém, neste dia, alguém resolveu que não queria dialogar. Tudo bem, nem todos querem. É normal alguém não sentar para debater ideias e alegar inúmeros motivos para isso. O que não é normal em uma sociedade saudável é executar seu opositor. E foi isso que fizeram com Charlie.

Diante daquela multidão, alguém apertou o gatilho e acertou sua jugular. Imagens captadas de diversos ângulos registraram a fatalidade. A cena era semelhante à de filmes de ação, onde um inocente é alvo de bandidos. Infelizmente, o ocorrido não surgiu das páginas de nenhum escritor de livros policiais ou de novelas. O ocorrido foi real.

Horas após o atentado, Charlie não resistiu e veio a óbito. A notícia, semelhantemente às labaredas de fogo que consomem a pólvora, se espalhou pelo mundo. Infelizmente, foi neste dia que tomei conhecimento de sua existência.

A primeira pergunta que surge em nossa mente é “Por quê?”. Por que alguém teria interesse em executar em plena luz do dia aquele que somente queria conversar? Bom, se até com Nosso Senhor Jesus Cristo fizeram isso, quem somos nós, meros mortais, para não sofrermos? O que aconteceu com Charlie não é um mero fato isolado, mas há um agravante: a participação da imprensa.

Talvez o leitor especule ser um exagero de minha parte falar isso, mas como jornalista, não posso me furtar em dizer a verdade, ainda que doa admitir: a profissão que escolhi aos meus catorze anos se “casou” com a ala progressista e trabalha incansavelmente para destruir seus opositores.

Antes, o discurso nas redações tratava de apurar a verdade; hoje, trata-se em dar voz a apenas um lado da história, e criou um inimigo imaginário que povoa as mentes dos mais raivosos: a “extrema-direita”.

Fiz uma breve pesquisa sobre quem cunhou este termo grotesco e descobri que é mais antigo do que eu supunha. Contudo, graças à imprensa, as pessoas repetem algo que não fazem ideia do que signifique.

Perguntei ao Chat GPT sobre a expressão e eis a resposta: “Não existe um indivíduo específico que possa ser creditado como o criador do termo, mas sim um processo histórico e jornalístico acadêmico de classificação”. Então, já podemos ter ideia da participação da imprensa neste processo.

Em uma resposta mais aprofundada, a inteligência artificial me disse: “O dicionário Merriam-Webster indica que “far right” (extrema-direita / muito à direita) é um termo usado no inglês desde cerca de 1906 (…) Seymour Martin Lipset, um dos teóricos políticos, usou o termo “right-wing extremism”.

Então fui pesquisar quem foi este tal Seymour:

Sociólogo americano, filho de imigrantes judeus russos, o homem que ajudou a popularizar o termo “extrema-direita”, foi severamente influenciado pela sua juventude, sua origem operária, sua nacionalidade russa, e a influência universitária a aderir ao marxismo, sendo um socialista ativo, embora se declarasse antistalinista.

Partindo do princípio de que quem ajudou na popularização deste termo, digamos, abjeto, tivesse aderido à linha marxista, agora a questão seria: o que Karl Marx fala sobre isso? Vamos às citações:

Os comunistas rejeitam dissimular as suas perspectivas e propósitos. Declaram abertamente que os seus fins só podem ser alcançados pelo derrube violento de toda a ordem social até aqui. Podem as classes dominantes tremer ante uma revolução comunista! Nela os proletários nada têm a perder a não ser as suas cadeias. Têm um mundo a ganhar.” (Manifesto Comunista, 1848)

E que dizia o melhor amigo de Marx, Friedrich Engels?“A burguesia não renunciará pacificamente ao poder; ela deve ser derrubada pela força se necessário.” (Anti-Dühring, 1878).

Após a Revolução Russa, dois personagens muito conhecidos se inspiraram em Marx e adaptaram suas ideias no país: Vladimir Lênin e Joseph Stalin, Vejamos o que eles têm a dizer:

O proletariado só pode conquistar o poder através da luta violenta contra a burguesia e o Estado burguês.” (Lênin, O Estado e a Revolução, 1917)

“Não existe meio termo com os inimigos do povo. A revolução exige que eles sejam eliminados.” (Stalin, sem data de publicação).

Havia um terceiro elemento, que era amigo de Lênin e Stalin, e trabalhou ativamente com seus “camaradas”. Qual a sua opinião?

A defesa da revolução socialista requer que os contrarrevolucionários sejam esmagados sem piedade.” (Leon Trotsky, História da Revolução Russa, 1930).

Poderia apresentar mais citações, que iriam desde Che Guevara até os líderes do Hamas. Contudo, penso que o material que apresentei seja suficiente. Agora, vamos relacionar isso ao papel – ridículo – ao qual a imprensa tem se prestado.

Com a morte de Charlie, as redações passaram a descrever o marido e pai de duas crianças desta forma:

“Aliado de Trump e ativista da extrema-direita: quem era Charlie Kirk” (Revista Veja, 10/09/2025)

“Influenciador de extrema-direita Charlie Kirk morre após ser baleado em universidade dos EUA” (Carta Capital, 10/09/2025)

“Morre Charlie Kirk, influenciador da extrema direita baleado durante discurso nos EUA” (NSC Total, 10/09/2025)

Aliado de Trump, Charlie Kirk construiu carreira com ataques a LGBTS e negros” (Folha de SP, 10/09/2025)

Trump se pronuncia após morte de influenciador de extrema direita e acusa ‘esquerda radical’ (NSC Total, 11/09/2025)

Ativista de extrema-direita morre após ser baleado em evento conservador nos EUA” (Terra, 10/09/2025)

Eu sou jornalista, tenho meu DRT e estou na reta final de conclusão do curso. Em três anos e meio de faculdade, nunca vi um único professor citar alguém que não pertencesse à ala progressista – alguns indicam personagens ou veículos mais radicais, inclusive. Todos são exaltados com esmero e presteza. Já quando, em alguma aula específica, citam alguém “outro lado”, o fazem com desprezo, até com certa ironia e ridicularização.

Note bem, caríssimo leitor, que são estes profissionais que devem trabalhar para “levar a verdade” para o público, mas que, na realidade, promovem uma verdadeira lavagem cerebral a nível global. E de quem seria este interesse?

Se o leitor pensou nos “senhores do mundo” (Rockefeller, Rotschild, Soros e companhia ilimitada, acertou.

George Soros fundou a Open Society, organização que financia diversas frentes que a imprensa denomina como “liberdade”: aborto, projetos anti-armamento civil, ativismo LGBT e descriminalização das drogas. E dentro da Open Society, existe o Project Syndicate, voltado exclusivamente para a imprensa.

Como recomendava Walter Lippmann, em 1922, “as opiniões devem ser organizadas para a imprensa e não pela imprensa”. Pensando nisso, a organização de Soros reúne um “time” de colunistas que, por uma coincidência absurda (risos irônicos), defendem as mesmas pautas.

Novamente, perguntei ao Chat GPT sobre a organização. Eis a resposta:

O Project Syndicate é uma organização de mídia internacional sem fins lucrativos que publica e distribui artigos de opinião e análises sobre uma variedade de tópicos globais. Os artigos são escritos por líderes políticos, economistas, acadêmicos e outros especialistas renomados. As contribuições são publicadas no site oficial e distribuídas para uma ampla rede de publicações parceiras em todo o mundo.”

O Project Syndicate conta com cerca de 80 autores que contribuem regularmente com artigos de opinião. Entre os colaboradores estão líderes políticos, economistas, acadêmicos e ativistas de destaque.”

Os artigos do Project Syndicate são disponibilizados gratuitamente para meios de comunicação em países em desenvolvimento ou com recursos jornalísticos limitados.”

A organização possui uma rede de 506 meios de comunicação em 156 países, tornando-se uma das maiores fontes de artigos de opinião do mundo. Além disso, oferece seus conteúdos em 18 idiomas, incluindo português, espanhol, árabe, chinês, francês, russo e outros.”

Em minha pesquisa, descobri nomes de brasileiros que atuam como verdadeiros ativistas da organização. Vou trazer um nome familiar para muitos: Pedro Abramovay.

Abramovay é um advogado brasileiro, formado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, com mestrado em Direito Constitucional pela Universidade de Brasília e doutorado em ciência política pelo IESP-UERJ.

Foi assessor especial do então Ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. Neste cargo, ele foi um dos coordenadores da Campanha do Desarmamento. Segundo a revista ISTO É, Abramovay é um dos principais nomes da sociedade civil na defesa da descriminalização do uso de drogas. Ele foi indicado para a Secretaria Nacional Antidrogas logo no início do Governo Dilma Rousseff, onde defendeu a ideia apoiada pelo Supremo Tribunal Federal de penas alternativas para pequenos traficantes.

Um dos artigos recentes escritos por Abramovay chama-se "Bolsonaro and Trump Have Revealed the Biggest Threat to Democracy" (Bolsonaro, Trump e a era do autoritarismo competitivo). Observem como uma peça do tabuleiro de Soros age:

Bolsonaro carrega a marca inconfundível do autoritarismo do século XX. Seu ideal político é a ditadura militar encerrada nos anos 1980. Embora nenhum país esteja totalmente protegido contra a erosão democrática, a Constituição brasileira pós-ditadura construiu salvaguardas fortes. Bolsonaro está sendo julgado porque não conseguiu se conter e esperar pela lenta desmontagem da democracia. Tentou um golpe clássico – e encontrou um país preparado para rejeitá-lo.”

“…é reconfortante ver Bolsonaro sendo julgado, especialmente quando nenhum líder militar foi condenado por crimes durante o regime. Mas hoje, é o autoritarismo competitivo, e não os golpes militares, que mais ameaçam nossas liberdades. No Brasil, nos EUA e em outros lugares, precisamos deter a decadência gradual das instituições democráticas que permite que eles cheguem ao poder.”

Já diz o ditado: quem paga a flauta dá o tom. Na imprensa, infelizmente, é desta forma que vem ocorrendo. Sob uma ótica geral, não existe imprensa livre se, para existir, ela deve se adequar a um discurso que promove a extinção dos opositores. A chamada “mídia tradicional” não se utiliza de frases de Marx, Lênin, Trotsky, Che Guevara ou outros, mas realiza a mesma disseminação de ódio.

Mas quem é o extremista mesmo?



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Artigo publicado na Revista Conhecimento & Cidadania Vol. IV N.º 58 edição de Setembro de 2025 – ISSN 2764-3867


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